O acordo com os espanhóis da Abertis, em termos de parceria pouco ou nada rendeu. Mas do ponto de vista financeiro, o acordo termina com os espanhóis a poderem embolsar 304 milhões em mais-valias e 80,4 milhões de dividendos encaixados ao longo dos últimos cinco anos.

A Abertis reforçou a sua participação na empresa liderada por Vasco Mello, para 14,58%, no passado dia 13 deste mês.

De acordo com o comunicado enviado ao regulador do mercado espanhol, os títulos (um total de 27,6 milhões de acções) foram adquiridos ao preço unitário de 9,85 euros.

O valor do investimento ascendeu aos 272,2 milhões de euros. À cotação de fecho da Brisa na sessão de ontem, de 10,10 euros, estes títulos, correspondentes a 4,58%, e estavam avaliados em 279,1 milhões, pelo que a mais-valia potencial com estas novas acções já é de 6,9 milhões de euros.

A somar a este ganho, ainda não realizado, estão mais 297 milhões de euros de mais-valias potenciais correspondentes à posição que a Abertis tem na Brisa desde 2002.

Os 60 milhões de títulos que a empresa espanhola comprou há cinco anos, por 309 milhões de euros, valem, ao preço de fecho de ontem, 606 milhões de euros.

No total, a mais-valia potencial com as acções da Brisa ascende a 304 milhões de euros.

A entrada da Abertis na Brisa aconteceu em Março de 2002, sendo que nesse ano a espanhola ainda teve direito aos dividendos relativos às contas de 2001. Os 5% que detinha na Brisa renderam 8,4 milhões de euros em dividendos.

Em Julho desse ano, com a participação no aumento de capital, a Abertis reforça para 10%, posição que manteve inalterada até 13 de Novembro, beneficiando assim da remuneração paga pela Brisa ao longo deste período.

Neste últimos cinco anos, os dividendos renderam à Abertis um total de 80,4 milhões de euros.

O acordo entre as concessionárias termina com os espanhóis a poderem embolsar um total de 384 milhões de euros.