A Cimpor registou no primeiro semestre deste ano um resultado líquido atribuível a detentores de capital de 74,8 milhões de euros negativos, que comparam com os 204,8 milhões de euros negativos registados no período homólogo de 2012 em base integral, ou seja considerando o antigo perfil da cimenteira contemplando os activos entretanto alienados e não os entretanto adquiridos.

De acordo com o relatório financeiro intercalar consolidado do grupo, o volume de negócios da empresa cresceu nos primeiros seis meses 19,6% para 1.299,9 milhões de euros, destacando-se os activos adquiridos que, com 619, 1 milhões de euros, “multiplicaram por 1,8 vezes o volume de negócios que os activos alienados registaram no mesmo período do ano passado”.

Ainda assim, aponta a Cimpor, “este crescimento poderia ter sido mais significativo, não fosse a desvalorização cambial superior a 10% do real brasileiro face ao euro”.

Relativamente aos activos que permaneceram no perímetro Cimpor, apenas Moçambique e a actividade de trading, se encontram com volumes de negócios superiores a 2012. Por seu lado, o Egipto “veio a ser prejudicado, essencialmente, pela desvalorização acentuada – quase 14% - da moeda local face ao euro”.

Em Portugal, segundo a cimenteira, “foi possível limitar as quedas acentuadas que se verificavam no primeiro trimestre, sobretudo através do aumento do consumo no mercado interno, uma vez que a componente da exportação já registava sinais deveras positivos nos primeiros três meses do ano”.

O EBITDA da empresa controlada pela InterCement aumentou 6,3% para 284,2 milhões de euros, “apesar de 47 milhões de efeitos não recorrentes e de 32 milhões de perdas cambiais”.

Excluindo não recorrentes o EBITDA teria ascendido a 331 milhões de euros, crescendo 19%.

Segundo o relatório financeiro do grupo, os resultados financeiros foram penalizados em 177 milhões de euros, dos quais 130 milhões são perdas cambiais.  Os resultados financeiros atingiram 228 milhões de euros negativos, o que compara com os 51 milhões de euros negativos do período homólogo em base integral.

A dívida financeira líquida da Cimpor aumentou cerca de 574 milhões de euros face a 31 de Dezembro de 2012, atingindo os 3.757 milhões de euros, "essencialmente pela conversão da conta a pagar apurada aquando da permuta, 381,9 milhões de euros, num financiamento obtido e pelos dispêndios inerentes aos investimentos no semestre, que ascenderam acerca de 213 milhões de euros, relacionados principalmente com a construção das novas unidades no Brasil e no Paraguai”, explicou a empresa.