Notícia
China investiga Nvidia por potenciais infrações à lei antimonopólio. Ações caem 2%
A força da Nvidia no mercado de semicondutores colocou a empresa no centro da luta entre os Estados Unidos e a China pela supremacia tecnológica. A gigante norte-americana tenta contornar a proibição de vender "chips" ao país concorrente.
A China está a investigar a gigante norte-americana Nvidia por suspeitas de que a fabricante de semicondutores possa ter violado as leis antimonopólio numa aquisição realizada em 2020 - e que foi, na altura, aprovada por Pequim.
O regulador de mercado chinês disse ter aberto um inquérito e que vai analisar o historial recente da "IA darling", que compete com a Apple na corrida à empresa mais valiosa do mundo, avançou a Bloomberg, que cita um relatório da China Central Television.
A Administração Chinesa de Regulamentação do Mercado vai investigar as circunstâncias que envolvem a aquisição, pela Nvidia, da israelita Mellanox Technologies - fabricante de chips e placas de rede, especializada em tecnologias de rede e servidores -, por sete mil milhões de dólares, aprovada há quatro anos por Pequim. O acordo envolvia uma dupla condição: a Nvidia não poderia discriminar empresas chinesas e a Mellanox só poderia fornecer informações sobre novos produtos a rivais apenas 90 dias depois de os ter disponibilizado à Nvidia.
O Departamento de Justiça dos EUA também tem andado de olhos postos na empresa, devido a informações de que esta poderá estar a penalizar os clientes que não utilizam em exclusivo os seus produtos e a dificultar a vida às empresas que querem trocar de fornecedor de "chips".
A Nvidia lidera, a nível mundial, as exportações de "chips" de inteligência artificial. Ora, esta posição coloca-a no centro da batalha entre os Estados Unidos e China pela supremacia na área da tecnológica.
Washington decidiu proibir a maior cotada do mundo de vender os semicondutores mais avançados a empresas chinesas, o que levou a uma quebra de capacidade da norte-americana em desenvolver serviços ligados à inteligência artificial, suscitando fortes reações por parte de Pequim.
A Nvidia tem tentado repetidamente contornar a medida de forma legal, através da produção de semicondutores que cumpram os requisitos impostos pelos EUA, ao mesmo tempo que dá aos clientes chineses capacidade para trabalharem na nova tecnologia.
A investigação está a castigar em bolsa o peso-pesado da IA. As ações da Nvidia estão a cair perto de 2% no "pre-market".