A Caixa Geral de Depósitos (CGD) aumentou os lucros nos primeiros nove meses de 2006 em 31% para os 555,2 milhões de euros, com a margem financeira a crescer 13,7%. Os resultados, segundo o banco estatal, não são influenciados por itens extraordinários, já que as mais-valias com o Unibanco e com a venda da Galp pela REN foram anuladas pela constituição de provisões.

Os resultados líquidos consolidados do Grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) ascenderam, nos primeiros nove meses de 2006, a 555,2 milhões de euros contra os 423,9 milhões de euros contabilizados no período homólogo de 2005.

Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco realça que estes resultados não se encontram influenciados por factores não recorrentes.

Isto porque, "o efeito das mais-valias obtidas com a alienação de participações financeiras designadamente no Unibanco em Setembro de 2005 (145,4 milhões de euros), e na Galp pela REN, empresa associada da CGD, em Setembro de 2006 (77 milhões de euros) foi neutralizado pela constituição de provisões".

O produto da actividade (bancária e seguradora) totalizou 2.186,7 milhões de euros o que, excluindo a mais-valia realizada com a venda do Unibanco em 2005, corresponde a um aumento de 19,8%, ou 362,1 milhões de euros.

A margem financeira cresceu 13,7% para os 1.268,2 milhões de euros, evidenciando uma melhoria na margem de juros de 16,2%.

Os custos operativos somaram 1.210,5 milhões de euros, o que representou um agravamento de 1,4% face ao contabilizado no período homólogo de 2005, "variação influenciada pelas rubricas de custos com pessoal (+2,6%), de amortizações (+11,0%) e de outros gastos administrativos (-2,1%)".

A redução nesta última rubrica, de acordo com a CGD, "reflecte a política de contenção de custos e beneficiou das sinergias resultantes da integração da seguradora Império-Bonança na Caixa-Seguros".

Os resultados em empresas associadas, consolidadas pelo método de equivalência patrimonial, ascenderam a 111,1 milhões de euros, dos quais 77 milhões tiveram origem na mais-valia resultante da venda da participação na Galp Energia detida pela REN, "empresa associada da CGD".

Nos impostos sobre lucros, o valor do imposto total ascendeu a 151,3 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 28,7% face ao ano anterior.

Em termos de rácio de eficiência, a CGD destaca uma melhoria de 7,5 pontos percentuais.

O saldo do crédito a clientes alcançou os 54,5 mil milhões de euros, mais 9% face ao período homólogo, do qual cerca de 81% respeita à actividade da CGD em Portugal.

No mercado doméstico, a CGD realça a evolução do crédito aos particulares, nomeadamente para compra de casa que subiu 6,3% ou 1.706 milhões de euros.