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Carmona Rodrigues defende privatização «handling» como suficiente para saneamento imediato da TAP
A privatização do «handling» até ao final do ano é suficiente para o saneamento financeiro da TAP a curto prazo, afirmou hoje Carmona Rodrigues, que não garantiu que a alienação de outras áreas de negócio seja necessária.
O principal objectivo da privatização da TAP é gerar de imediato capacidade financeira na empresa pública, defendeu hoje Carmona Rodrigues no Parlamento. Neste sentido a alienação da área de negócio do «handling» é suficiente, para já, para o saneamento financeiro da empresa.
Em declarações aos jornalistas à saída do Parlamento, o ministro dos Transportes afirmou hoje que não estava garantido o calendário da privatização de outras áreas de negócio, não se comprometendo com nenhuma data para a privatização das actividades de transporte aéreo e de manutenção, conforme previsto inicialmente. Carmona Rodrigues afirmou que não está definido ainda quando, e se acontecerá tal alienação.
Na sua primeira intervenção pública como ministro dos Transportes, Carmona Rodrigues defendeu que a privatização da TAP é a única forma de reestruturar e sanear financeiramente e «a curto prazo» a empresa, uma vez que o Estado está impedido de injectar mais capital na transportadora aérea.
Carmona Rodrigues, que esteve hoje na Assembleia da República por interpelação do Partido Comunista ao processo de privatização da companhia, defendeu «a entrada accionista de um parceiro estratégico na TAP SGPS, visando o fortalecimento da empresa».
Reafirmou, contudo, a intenção do Governo em manter a TAP como «companhia de bandeira» na Europa, «carregada de uma tradição plena de simbolismo nacional», afastando a ideia de «venda a retalho» da transportadora aérea nacional.
Perante os parlamentares, Carmona Rodrigues assegurou que as regalias dos trabalhadores seriam salvaguardadas durante o processo de privatização, e que esta seria uma questão «primeira» a analisar, nomeadamente no âmbito da venda da empresa de assistência em escala («handling»).
No concurso público a abrir para a privatização do «handling», Carmona Rodrigues destacou a necessidade da mesma «possibilitar a prestação de serviços em condições de maior controlo e qualidade em outros aeroportos onde o parceiro esteja a operar». Como vantagem adicional, a venda devia ainda «abrir a possibilidade de desenvolvimento do negócio em outros mercados».
O ministro dos Transportes, que substituiu recentemente Valente Oliveira, recordou uma vez mais que Portugal está, desde Janeiro de 2001, em incumprimento com a directiva comunitária que determina a liberalização total desta actividade nos mercados da UE.