Notícia
Carmona Rodrigues sucede a José Furtado à frente da Águas de Portugal
O Governo convidou Carmona Rodrigues para ocupar a presidência do Grupo Águas de Portugal, em substituição de José Furtado, que renunciou ao cargo. Transição da pasta deve ficar concluída até ao final do mês.
- 1
- ...
"Com um vasto currículo nas áreas de recursos hídricos, hidráulica e ambiente, o professor Carmona Rodrigues já desempenhou funções como ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação, como presidente da Câmara Municipal de Lisboa e como presidente da Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos", assinala a tutela.
Em declarações por escrito ao Negócios, José Furtado adianta que “gostaria de concluir o processo [de saída] até ao final de maio”, manifestando-se “disponível para assegurar a transição num quadro de normalidade e de apoio ao novo presidente”.
A saída de José Furtado acontece numa altura em que a Águas de Portugal está no centro de mais uma polémica após ter distribuído dividendos referentes ao ano passado e agora ter pedido aos acionistas –Parpública e Caixa Geral de Depósitos – um aumento de capital de 100 milhões de euros.
A proposta acabou, no entanto, por não ser discutida na assembleia geral de acionistas que decorreu na quarta-feira. O gestor garante, no entanto, que “não há qualquer relação” entre esse processo (sendo que se opôs ao pagamento do dividendo extraordinário ao Estado) e a decisão de abandonar o cargo que assumiu em 2020.
"Procuro exercer as minhas funções com natural empenho e dedicação, independentemente dos ciclos políticos, não me perpetuando nos cargos que ocupo. Neste pressuposto, coloquei o meu lugar à disposição", assinalou.
"Profunda satisfação" e "melhores resultados de sempre"
Já em jeito de balanço da hora da saída da Águas de Portugal, José Furtado diz que é "com um sentimento de profunda satisfação" que conclui a sua missão, "por ver consolidada a reputação singular de que o Grupo desfruta de entre as instituições na esfera pública", congratula-se "em especial" pela "reformulação operada no modelo de governação, bem como com o compromisso gerado na concretização do rumo estratégico de reforço da coesão, robustez e impacto no território e na vida das pessoas".E também sai agradado com os números alcançados: "Ao longo do período de quatro anos em que exerci o meu mandato, o Grupo Águas de Portugal alcançou os melhores resultados de sempre, tendo os lucros aumentado 23% para os 100 milhões de euros anuais e o EBITDA atingido os 380 milhões de euros anuais. Os meios gerados permitiram uma redução de 20% no endividamento, reforçando a solidez financeira", além de que "o volume anual de investimentos subiu 40% para 200 milhões de euros".
José Furtado realça ainda "a importância do grupo que, no horizonte de uma geração colocou o país no pelotão da frente a nível mundial na gestão do ciclo urbano da água" e que, a seu ver, "está hoje mais do que nunca capacitado para garantir aos portugueses um referencial de confiança, apto a dar resposta ao presente cenário de enormes exigências neste setor".
Fundado em 1993, o grupo AdP é constituído por 19 empresas, sendo 13 das quais entidades gestoras de sistemas de abastecimento de água e de tratamento de águas residuais. O Estado controla a totalidade do capital através da Parpública, que detém uma participação de 81% e da Caixa Geral de Depósitos, que é titular dos restantes 19%.
(Notícia atualizada com mais declarações de José Furtado)