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Canábis "made in" Odemira exportada pela primeira vez para os EUA

A multinacional instalou-se em Portugal em 2019 e agora exporta pela primeira vez um lote da produção em São Teotónio (Odemira) para o maior mercado mundial de canábis medicinal.

Clever Leaves
06 de Outubro de 2021 às 11:00
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A multinacional Clever Leaves, com sede nos Estados Unidos, anunciou esta quarta-feira a exportação do primeiro lote comercial de flor seca de canábis produzida em São Teotónio, no concelho de Odemira, para o mercado dos EUA. O lote de 30 quilos destina-se à Biopharmaceutical Research Company (BRC), indica a empresa em comunicado.

A Clever Leaves instalou-se em Portugal em 2019 e em agosto do ano passado recebeu uma licença que permite o cultivo, importação e exportação de flor seca de canábis medicinal por parte do Infarmed.

A empresa, cotada no Nasdaq, cultiva canábis num terreno com "aproximadamente 84 hectares" no qual instalou 10.000 metros quadrados de estufas de alta tecnologia, estando quase completa a expansão "para aproximadamente 25.000 metros quadrados".

O acordo estabelecido entre a Clever Leaves e a BRC prevê que a flor seca de canábis, rica em THC, originária de Portugal seja usada para os projetos de desenvolvimento farmacêutico da BRC, especializada no desenvolvimento de ingredientes farmacêuticos ativos para terapias à base de plantas.
 

"Sendo o maior mercado de canábis do mundo, os EUA oferecem uma grande oportunidade para a Clever Leaves. Esta exportação de produção da Clever Leaves em Portugal para o mercado norte-americano confirma a robustez da estratégia que a empresa está a implementar a nível global, e que permite entrar no mercado de canábis dos EUA em conformidade com a estrutura regulatória atual", sublinha Kyle Detwiler, CEO da Clever Leaves, citado no comunicado.

"Exportar flor THC para uma empresa licenciada pela DEA [agência de controlo de estupefacientes], a BRC, demonstra a nossa capacidade de atender aos rigorosos requisitos regulatórios dos EUA. Ao nos tornarmos uma das primeiras empresas a exportar comercialmente flor THC para os EUA, estamos a abrir o caminho da Clever Leaves para a indústria de canábis medicinal dos EUA", acrescenta. 

 

"A nossa parceria com a Clever Leaves continua a proporcionar oportunidades de pesquisa estimulantes que um dia farão a diferença na vida dos doentes", defende, por seu turno, George Hodgin, CEO da Biopharmaceutical Research Company. 

A unidade de Odemira já exporta flor seca de canábis para diversos mercados, incluindo a Austrália, em junho passado, estreando-se agora nos Estados Unidos. Em maio passado, a empresa anunciou a 
instalação de uma nova unidade de pós–colheita de canábis medicinal de grau farmacêutico no Parque Empresarial da Península de Setúbal.

Estas instalações destinam-se aos processos de secagem, corte e embalamento da flor de canábis e a nova unidade deverá criar 25 postos de trabalho.

Além de Portugal, a Clever Leaves produz canábis na Colômbia e conta com uma fábrica de bebidas nos EUA. 

Em agosto, Portugal contava com 12 plantações de canábis medicinal, segundo dados do Infarmed citados pelo Jornal de Notícias. No primeiro semestre deste ano, Portugal exportou 1.583,1 quilos de flor de canábis para a Alemanha, o maior mercado europeu, sendo o quarto maior fornecedor daquele país, com uma quota de 13%, segundo dados oficiais.


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