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Braga dá "abrigo" no quartel e acelera start-ups com mentores

Passos Coelho apadrinha esta quarta-feira iniciativa que junta ecossistema local de empreendedores

06 de Maio de 2014 às 10:26
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Tiago Sequeira | O fundador da Start-up Braga lembra que a cidade tem sido "terreno fértil" no lançamento de produtos, até pela ligação com a Universidade do Minho.

 

 

Um incubadora para 30 empresas, um programa de pré-aceleração para transformar conhecimento e tecnologia da Universidade do Minho (UM) em produtos "escaláveis e globais", e um outro de aceleração para as jovens empresas validarem o modelo de negócios e prepararem a apresentação a investidores. São estas as três áreas de actuação da Start-up Braga, uma iniciativa da agência municipal para o desenvolvimento económico (Invest Braga), liderada pelo ex-secretário de Estado da Inovação, Carlos Oliveira, e que será lançada esta quarta-feira, 7 de Maio, na presença do primeiro-ministro, Passos Coelho.


"Braga precisava de um elemento agregador do ecossistema para atrair empreendedores nacionais, numa primeira fase, e depois internacionais, para desenvolverem aqui as suas start-ups. A cidade tem sido um terreno fértil no lançamento de produtos e vamos trabalhar de forma próxima com a Universidade, que prepara muito bem do ponto de vista técnico e formativo, na questão das patentes. Falta a ligação ao mercado, que ajudaremos a fazer de forma mais eficaz", perspectivou Tiago Sequeira, frisando a urgência do País "trabalhar mais em rede" para ser "uma rampa de lançamento". Toda esta oferta vai ser partilhada com a Start-up Lisboa, que, por sua vez, disponibilizará o mesmo aos empreendedores minhotos.


Durante o "Imprint Empreendedor", promovido pela Caixa Geral de Depósitos e pelo Negócios na cidade dos Arcebispos, o fundador da Start-up Braga detalhou que o espaço de incubação ficará no edifício "GNRation", um antigo quartel da GNR, de 4.400 metros quadrados, reabilitado como espaço cultural para a Capital Europeia da Juventude 2012. O espaço está preparado para acolher uma centena de empreendedores e 30 start-ups, sendo que cinco já foram pré-seleccionadas para arrancar na quarta-feira. Em Maio abre o período de candidaturas, estando previstas um total de 12 instaladas até ao final do ano.


Apesar de só um transitar directamente da UM, todos os projectos inaugurais ou os seus responsáveis têm ligação à instituição de ensino e investigação instalada em Braga e Guimarães. As empresas a incubar devem ter uma componente de inovação, mas não necessariamente da área tecnológica. Já a "ambição internacional" é um requisito para a entrada, pois foi aí que os promotores sentiram "uma falha" e podem "contribuir de forma mais forte".


Além dos clássicos serviços partilhados de secretariado, apoio jurídico ou na propriedade intelectual, o líder da Start-up Braga atestou que "a grande diferença estará num conjunto de reconhecidos especialistas em áreas mais técnicas ou conhecedores dos mercados", a alocar aos projectos. É essa também a lógica nos programas de pré-aceleração e de aceleração, que no arranque não terão a componente "equity", mas que beneficiarão de um conjunto de mentores, nacionais e estrangeiros, que virão a Braga apoiar as start-ups nas mais variadas fases do seu desenvolvimento, desde a validação do modelo de negócio à preparação para apresentação a potenciais investidores.


Travar "viciados nos aceleradores"
Criada em 2010 como plataforma "de empreendedores para empreendedores", a Beta-i está actualmente focada no "Lisbon Challenge", o maior programa português de aceleração, que depois da estreia em 2013 conta este ano com duas edições. A primeira arrancou a 2 de Maio e recebeu 400 candidaturas, sendo 75% internacionais, provenientes de 46 países. "É um processo 'in loco' de validação da qualidade dos projectos. O mais arriscado nas fases iniciais é perceber se a equipa é boa, se o produto tem qualidade, se há um mercado e se há capacidade de execução", explicou Pedro Rocha Vieira.


O presidente e co-fundador da Beta-i detalhou que é "óptimo" os empreendedores terem uma experiência prévia na indústria ou falhado com outra start-up porque "isso enriquece muito". No entanto, advertiu o responsável, "há um perigo: as pessoas às vezes ficam um bocadinho viciadas nos aceleradores, há quase profissionais disto", o que exige à organização algum cuidado na identificação destes perfis.

 

 

 

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Em 1.500 projectos, Caixa Capital apenas investiu em 1%


Desde 2009, a equipa da Caixa Capital já analisou mais de 1.500 jovens projectos empresariais, tendo concretizado o investimento em 1% deles, adiantou Rui Jerónimo, para quem o mercado português "ainda não está suficientemente maturado e crescido". Ainda assim, "há alguns casos agora a fechar rondas com investidores, que já estão numa fase bastante desenvolvida e com alguma atractividade para os grandes tubarões internacionais".

 

O responsável apontou que o erro mais comum, apesar dos acordos legais e de confidencialidade, é os empreendedores "não quererem abdicar da informação de que dispõem e abrirem o jogo" com receio de que lhes "roubem as ideias". Outra falha detectada por Rui Jerónimo é no marketing e na comunicação com o mercado, que por vezes não acompanha a qualidade da tecnologia e produção, aconselhando-se a formação de uma "equipa multidisciplinar".

 

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