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BPI contribui com 324 milhões para lucros do CaixaBank até setembro

"As tendências do BPI são extraordinariamente positivas", afirmou o presidente executivo do CaixaBank.

28 de Outubro de 2022 às 15:03
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O BPI contribuiu com 324 milhões de euros para os resultados do grupo espanhol CaixaBank entre janeiro e setembro, mais 29,3% do que no mesmo período de 2021, divulgou esta sexta-feira a entidade financeira.

"As tendências do BPI são extraordinariamente positivas", afirmou o presidente executivo do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, numa conferência de imprensa em Valência, Espanha, sobre os resultados do grupo nos primeiros três trimestres do ano.

O CaixaBank teve lucros de 2.457 milhões de euros entre janeiro e setembro, menos 48,8% do que no mesmo período do ano passado, quando os resultados tiveram o impacto extraordinário da fusão com outro banco, o Bankia.

Comparando parâmetros homogéneos, os lucros nos primeiros três trimestres deste ano cresceram 17,7% e se forem excluídos os efeitos da fusão com o Bankia, os ganhos aumentaram 21,15% entre janeiro e setembro, em relação aos mesmos meses de 2021, segundo revelou esta sexta-feira CaixaBank, o dono do BPI em Portugal.

O BPI ainda vai apresentar os seus resultados relativos ao terceiro trimestre dia 4 de novembro, mas Gonzalo Gortázar, sem revelar detalhes, referiu "ganhos muito importantes e muito sustentáveis", com aumentos de 7% na carteira de hipotecas (empréstimos para habitação), de 6% nos créditos a empresas e de 5% nos depósitos de clientes.

O presidente executivo do CaixaBank destacou ainda a taxa de morosidade (crédito malparado) no BPI, que é de 2%, "extraordinariamente baixa" tanto em Portugal, como em Espanha.

"De alguma maneira, o BPI tem uma trajetória que está a acelerar o bom progresso do grupo CaixaBank", afirmou.

Em relação às perspetivas do mercado português e da atividade em Portugal, o CaixaBank prevê que a economia portuguesa cresça 6% este ano, mas uma "desaceleração profunda" em 2023, com um aumento do PIB de 0,5%.

O presidente executivo do CaixaBank acrescentou que, no entanto, a economia portuguesa "está a recuperar muito bem este ano" e "tem outra série de elementos positivos", como uma taxa de desemprego "historicamente muito baixa", além de um deéfice público "muito contido".

"Isto não significa que não tenha de fazer frente a esta situação" de inflação, tensões nos mercados e subidas de taxas de juro, com uma "importante desaceleração" prevista para 2023.

No entanto, o CaixaBank "está muito cómodo" e "francamente muito satisfeito" em Portugal e "com a evolução do país", apesar do "momento que vai encontrar em 2023" que, no entanto, "não tem a ver com o país, é generalizado", acrescentou.

Em relação a Espanha, a estimativa do CaixaBank é que a desaceleração da economia em 2023 situe o crescimento do PIB em 1%.

O presidente executivo do banco considerou que "desta vez" o país está "mais bem preparado" do no passado e que os efeitos da crise atual serão "menos graves do que noutros países europeus" e do que em crises anteriores, nomeadamente, a de 2008.

"Não quer dizer que não vai afetar e que não tenhamos de pôr o foco na mitigação e em como sair desta situação, que não é positiva", acrescentou, justificando a consideração de que os impactos desta crise serão menores com um endividamento mais baixo de famílias e empresas espanholas, a par da pouca dependência que Espanha tem do gás russo.

Sobre o endividamento, sublinhou que em 2008, a taxa relativa às empresas era de 140% do Produto Interno Bruto (PIB) e agora é 99%, enquanto no caso das famílias passou de 85% para 57%.

Além disso, acrescentou, o CaixaBank considera que não há agora uma "borbulha imobiliária" em Espanha, destaca que a situação do mercado de trabalho é mais dinâmica e melhor do que em 2008 e que existe há dez anos um superavit nas trocas comerciais com o estrangeiro.

"Sem dúvida o ano de 2023 não vai ser bom, mas penso que também, neste momento, não devemos ser catastróficos, nem perto disso", afirmou Gonzalo Górtázar, que garantiu o apoio do CaixaBank aos clientes que venham a ter dificuldades em pagar o crédito à habitação por causa da subida das taxas de juro, mesmo no caso de não haver um acordo entre o setor bancário e o Governo espanhol neste sentido.
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