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"Blue chips" chinesas em queda após avaliação da Moody's

O índice CSI300 atingiu o nível mais baixo desde fevereiro de 2019. Este índice inclui as ações das 300 maiores empresas, as "blue chips", negociadas em Xangai e Shenzhen.

EPA
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A redução, pela Moody's, da perspetiva de "rating" da China já está a ter repercussões no mercado. O índice das chamadas "blue chips" - as cotadas mais valiosas - chinesas caiu nesta quarta-feira para mínimos de cinco anos, acompanhando os receios de mais nuvens negras no horizonte económico do país.

Na terça-feira, a agência de notação norte-americana explicou que a redução do "outlook" reflete a possibilidade cada vez maior de que as autoridades estatais terão de avançar com apoio financeiro aos governos e empresas locais com elevados níveis de endividamento. Esta ajuda financeira deverá gerar riscos na qualidade orçamental, económica e institucional da economia chinesa.

A Moody's reviu também, um dia depois, o "outlook" de 18 empresas chinesas, passando-o para negativo. 

Resultado? As bolsas chinesas abriram em queda, com o índice CSI300 no nível mais baixo desde fevereiro de 2019 - este índice inclui as ações das 300 maiores empresas, as tais "blue chips", negociadas em Xangai e Shenzhen. O CSI300 acabou por fechar com ganhos ligeiros, mas o Shanghai Composite Index encerrou a perder 0,1%.

Só este ano o CSI300 acumula uma perda de 12% e deverá ter a pior performance da região. "O índice CSI300 foi o mais atingido em termos de avaliação, já que recebe mais dotações de investidores estrangeiros. Com o impacto do corte da Moody's, o índice pode bater no fundo e recuperar em breve", disse à Reuters Pang Xichun, diretor de análise do Nanjing RiskHunt Investment Management.

"A decisão da Moody's de baixar o seu outlook para a dívida chinesa é a mais recente peça de uma longa cadeia de desilusões para os investidores em ações chinesas", comentou Yasser El-Shimy, analista de investimento do Motley Fool.

Apesar de, no início do ano, a economia chinesa ter tido um forte impulso, rapidamente perdeu gás, pressionada por um setor imobiliário em crise e um acumular de dívida dos governos locais. As medidas anunciadas pelo Governo não têm conseguido convencer os mercados.

"Sem medidas decisivas e eficientes, o sentimento do mercado pode continuar fraco, e a decisão da Moody's pode fortalecer esse sentimento", diz uma nota de analistas do Citi, citada pela Reuters.

Também a moeda se mostra ressentida com o corte de perspetiva da Moody's. Esta quarta-feira o renmimbi perde contra o dólar, mesmo perante os esforços dos maiores bancos estatais para estabilizar a divisa nacional.

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