Notícia
BIM gera lucros de 3,64 milhões em 2002
O Banco de Investimento de Moçambique (BIM), controlado pelo BCP, apurou em 2002, no primeiro exercício após a fusão com o Banco Comercial de Moçambique (BCM), resultados líquidos de 3,9 milhões de dólares (3,64 milhões de euros).
Digerida a concentração com o BCM, formalizada em Novembro de 2001 - que obrigou em 2002 à constituição de 31 milhões de dólares (28,95 milhões de euros) de provisões para cobrir activos de risco - o BIM afirmou-se como a instituição líder da banca moçambicana, com uma quota de 45% do crédito concedido e 49% dos depósitos.
O BIM representa uma rede de 89 sucursais e 1.505 colaboradores, com um activo total líquido de 585 milhões de dólares e situação líquida de 28 milhões de dólares (26,15 milhões de euros).
O banco cresceu à custa de uma estratégia de segmentação, semelhante à filosofia seguida pelo próprio BCP, e de introdução da banca electrónica, tendo contribuído para a renovação do sector em Moçambique.
À data da fusão, o BIM já era o segundo do «ranking» moçambicano. Contrariando declarações iniciais de manutenção das marcas BIM e BCM - entrado no grupo por via da aquisição do Banco Mello - o BCP acabou por decidir avançar para a fusão legal, depois de obtida luz verde das autoridades moçambicanas.
O BIM nasceu, de raiz, em 1995, reunindo a participação paritária do BCP e do Estado moçambicano. Em 1997 entrou como accionista a IFC, do Banco Mundial, que acabou por exercer a sua opção de venda em 2002 e fez o BCP reforçar para 66,7%.
Actualmente, o restante capital é detido pelo Estado moçambicano, com 23,1% directamente e 10,2% através de instituições financeiras nacionais.
Em 2002, o banco aumentou o capital social em 10 milhões de dólares (9,34 milhões de euros) para 30 milhões (28 milhões de euros), para fazer face à necesssidade de constituir provisões, decorrentes sobretudo da incorporação do BCM, cujo saneamento financeiro custou 114 milhões de dólares (106,46 milhões de euros) em 2000 e 2001.
Para o futuro próximo, o BIM não prevê qualquer reforço de capitais. Christopher de Beck, vice-presidente do BCP [BCP], e responsável pelas operações de internacionalização, afirmou que «o accionista não está à espera de grandes investimentos na operação em Moçambique nem as provisões já realizadas fazem prever a necessidade de reforço de capitais».
Christopher de Beck realçou que o BIM deu em 2002 «um contributo positivo para a conta de exploração do BCP» e que conta com esta operação para «o reforço dos resultados da componente internacional».
O BCP está actualmente na Polónia, onde detém uma quota de 4%, na Grécia, na Turquia e em mercados que têm directamente a ver com Portugal, como é o caso de Moçambique, Angola e Macau.
Para o futuro próximo, o vice-presidente do BCP afirma que «a estratégia é consolidar aquilo que temos», pelo que não estão previstos novos investimentos, nem em África nem noutros países.
As acções do BCP fecharam nos 1,95 euros, a cair 1,02%.
Por Luísa Bessa, em Maputo
A jornalista viajou a convite do BCP