O Banco Espírito Santo (BES) foi impedido pela justiça brasileira, de realizar a venda da sua participação no Banco Boavista Interatlântico ao Banco Bradesco.

O Supremo Tribunal de Justiça brasileiro decretou a impossibilidade de concretização da passagem das participações no Banco Boavista para o Bradesco, alegando a defesa dos interesses dos accionistas minoritários, que representam uma parcela inferior a 15% do capital social da instituição.

O BES havia já noticiado a sua intenção de alienar a sua participação no Banco Boavista ao Banco Bradesco, em conjunto com os restantes accionistas de referência, nomeadamente, o grupo Monteiro Aranha e o francês Crédit Agricole. A contrapartida seria a entrega de acções do Bradesco, ficando o BES com uma participação equivalente a 2,5% do banco brasileiro.

O Boletim de Cotações da Bolsa de Valores de Lisboa e Porto publicado hoje refere a assinatura, por parte do BES, grupo Monteiro Aranha e Crédit Agricole de um «protocolo de intenções firmes, objectivando a aquisição do Banco Bradesco,SA do controlo do Banco Boavista Interatlântico, SA». Fica assim adiado o destino a dar pelo banco de Ricardo Espírito Santo Salgado (na foto) ao capital detido no Banco Boavista, responsável por perdas que ascendem aos 15 milhões de euros (três milhões de contos), apenas no primeiro trimestre do ano.

O BES encerrou na sexta-feira a cotar nos 25 euros (5.012 escudos), sem variação face ao fecho do dia anterior.