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BES escolhe Nova Iorque e Hong Kong para internacionalização

A unidade de banca de investimento do Grupo Banco Espírito Santo (BES) vai abrir duas representações internacionais, uma em Nova Iorque e outra em Hong Kong.

11 de Julho de 2007 às 06:00
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A unidade de banca de investimento do Grupo Banco Espírito Santo (BES) vai abrir duas representações internacionais, uma em Nova Iorque e outra em Hong Kong.

A revelação foi feita por Rafael Valverde, vice-presidente do Banco Espírito Santo Investimento, a unidade de banca de investimento do Grupo BES.

Num encontro com jornalistas em Londres, Valverde afirmou que esta opção "é o plano B" na internacionalização do banco, isto depois do grupo ter falhado as negociações para uma parceria ou eventual compra da unidade latino-americana do West LB.

De acordo com a mesma fonte, a Espírito Santo Investment deverá, no arranque, alocar cerca de 10 a 12 pessoas em cada uma das unidades a abrir em Nova Iorque e em Hong Kong. O banco está a contar que estas duas unidades estejam a funcionar a todo o gás no espaço de um ano. A meta é conseguir um retorno de capital (ROE) nestes mercados de 25%.

Numa fase inicial, o banco irá implementar uma unidade, exclusivamente, de corretagem, mas o objectivo é, após a implementação do negócio, solicitar licenças para operar noutros segmentos de mercado como o "project finance".

O principal objectivo do banco é ter assim um acesso mais facilitado aos mercados asiático e americano com vista a distribuir os produtos que são gerados no mercado brasileiro, nomeadamente acções, dívida portuguesa, dívida brasileira, etc.

"Queremos continuar a ser líderes na banca investimento em Portugal e queremos continuar a marcar o ritmo" no mercado doméstico. No estrangeiro, "queremos ser o ponta de lança para o BES lançar a sua internacionalização. O ES Investment é o veículo que o BES escolheu para a sua internacionalização", explicou Rafael Valverde.

"Queremos manter a liderança em Portugal e, simultaneamente, aumentar a nossa presença internacional em mercados selectos. Não vamos crescer só para crescer, mas vamos crescer com rendibilidade", segundo Valverde que desvendou que a meta do banco é manter sempre um retorno de capital acima de 20%.

De acordo com a mesma fonte, esta fonte de internacionalização, através da banca de investimento, "é mais eficiente do que investir na banca a retalho que é uma opção mais dispendiosa e menos eficiente. A hipótese de uma outra aquisição [no retalho], depois do West LB, é agora mais remota".

Em 2005, o BES tentou a expansão no mercado espanhol, através da compra do Urquijo, um negócio que acabou por não ser concretizado devido ao preço exigido pelos espanhóis.

O objectivo da ES Investment é que em 2010 metade dos resultados do banco sejam gerados fora de Portugal, uma meta de internacionalização mais ambiciosa do que a do grupo.

No último "Investor Day", Ricardo Salgado tinha avançado que a meta do BES é chegar ao final da década com 35% dos resultados a serem gerados fora de Portugal, contra os 20% contabilizados no final de 2006.

Actualmente, a ES Investment está presente na Península Ibérica (sendo líder no mercado doméstico), em Londres, em Angola, na Polónia, em Itália e na América. No final de 2006, a unidade lucrou 60 milhões de euros, sendo que 80% dos resultados foram gerados em Portugal e 20% no estrangeiro. Neste período, o activo total sob gestão do banco ascendia a 4,6 mil milhões de euros.

O banco também pretende reforçar a sua presença no mercado londrino, com o objectivo de tentar aproveitar a onda de fusões e aquisições que tem envolvido as empresas britânicas, quer como "targets" quer como adquirentes.

"O nosso objectivo é reforçar em Londres", segundo Rafael Valverde, através do desenvolvimento de relações com os "private equities" (como agentes consolidadores) em Portugal e em Espanha que servirão de plataforma de lançamento para o mercado londrino. Segundo a mesma fonte, os produtos financeiros "made in London" têm um certificado de qualidade e uma maior aceitação face aos produtos desenhados a partir do mercado doméstico.

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