Notícia
Bayer: CEO alerta que empresa está "gravemente ferida"
Com prejuízos de 2,9 mil milhões de euros em 2023 e elevados níveis de dívida, Bill Anderson propõe-se a reduzir a burocracia interna e a realizar despedimentos, esperando poupar dois mil milhões de euros até 2026.
A multinacional farmacêutica alemã Bayer está "badly broken" (gravemente ferida). A afirmação foi feita esta terça-feira pelo próprio CEO da companhia, Bill Anderson, no "Investor Day".
A empresa estava a entrar em rota de recuperação, em finais do ano passado, depois de ter sido negativamente impactada pela derrota num tribunal dos EUA, em novembro, relativamente aos impactos nocivos do herbicida Roundup - produzido pela Monsanto, uma empresa adquirida pela farmacêutica há cinco anos por 63 mil milhões de dólares - nos consumidores. Agora, Bill Anderson veio acrescentar outros impactos: a perda de exclusividade em fármacos-chave, os elevados níveis de dívida e a carga burocrática do grupo.
Estas são também razões que têm impedido o gigante alemão de se separar em três companhias distintas, algo que era pedido há muito pelos investidores. Estes "quatro desafios limitam de forma significativa a capacidade de escolher o nosso destino: seja como uma empresa com três divisões ou em partes mais pequenas", disse Anderson, citado pelo Financial Times. "A nossa resposta é 'não agora' - e isto não deve ser entendido como 'nunca'", acrescentou.
O CEO comprometeu-se a ultrapassar estas quatro barreiras nos próximos dois a três anos. Para o efeito, já tinha anunciado, em meados de fevereiro, que ia reduzir em 95% o dividendo da Bayer, num esforço para pagar um elevado montante de dívida.
A empresa vai, assim, apresentar um plano aos investidores para oferecer 11 cêntimos por ação - o menor dividendo legalmente possível - relativos aos resultados do ano fiscal de 2023. Esta é uma diferença significativa face aos 2,4 euros pagos por conta de 2022 - e que deverá manter-se nos próximos três anos.
Além disso, Bill Anderson estima também uma redução de dois mil milhões de euros em custos até 2026 ao diminuir a burocracia interna, o que incluirá despedimentos e cortes em 40% de cargos diretivos. No ano passado foram poupados 1,4 mil milhões de euros com a redução de bónus aos trabalhadores, depois de os resultados terem ficado aquém do esperado.
A Bayer registou um prejuízo de 2.941 milhões de euros em 2023, face a um lucro de 4.150 milhões no ano anterior, revelou esta terça-feira o grupo.
O volume de negócios, por sua vez, desceu 6,1% em 2023, para 47.637 milhões de euros relativamente a 2022, depois de as receitas terem caído em todos os segmentos de negócio.
Mas o final do ano já perspetivava dias melhores. No último trimestre do ano passado, a Bayer mais do que duplicou o lucro, para 1.337 milhões de euros, apesar de as receitas terem descido 1,2% para 11.862 milhões de euros em termos homólogos.
A farmacêutica endividou-se de forma significativa com a compra da Monsanto em 2018, a fabricante do herbicida Roundup. No final de setembro a farmacêutica tinha cerca de 38,7 mil milhões de euros em dívida.
A Bayer já prometeu despender de cerca de 16 mil milhões de dólares para chegar a acordo com milhares de queixosos norte-americanos que alegam que o Roundup causou cancro. A empresa insiste, contudo, que o herbicida é seguro.
As ações da empresa, que perdem 24,4% desde o início do ano, desvalorizaram hoje 7,57% para 25,96 euros - o valor mais baixo desde maio de 2005.
A empresa estava a entrar em rota de recuperação, em finais do ano passado, depois de ter sido negativamente impactada pela derrota num tribunal dos EUA, em novembro, relativamente aos impactos nocivos do herbicida Roundup - produzido pela Monsanto, uma empresa adquirida pela farmacêutica há cinco anos por 63 mil milhões de dólares - nos consumidores. Agora, Bill Anderson veio acrescentar outros impactos: a perda de exclusividade em fármacos-chave, os elevados níveis de dívida e a carga burocrática do grupo.
O CEO comprometeu-se a ultrapassar estas quatro barreiras nos próximos dois a três anos. Para o efeito, já tinha anunciado, em meados de fevereiro, que ia reduzir em 95% o dividendo da Bayer, num esforço para pagar um elevado montante de dívida.
A empresa vai, assim, apresentar um plano aos investidores para oferecer 11 cêntimos por ação - o menor dividendo legalmente possível - relativos aos resultados do ano fiscal de 2023. Esta é uma diferença significativa face aos 2,4 euros pagos por conta de 2022 - e que deverá manter-se nos próximos três anos.
Além disso, Bill Anderson estima também uma redução de dois mil milhões de euros em custos até 2026 ao diminuir a burocracia interna, o que incluirá despedimentos e cortes em 40% de cargos diretivos. No ano passado foram poupados 1,4 mil milhões de euros com a redução de bónus aos trabalhadores, depois de os resultados terem ficado aquém do esperado.
A Bayer registou um prejuízo de 2.941 milhões de euros em 2023, face a um lucro de 4.150 milhões no ano anterior, revelou esta terça-feira o grupo.
O volume de negócios, por sua vez, desceu 6,1% em 2023, para 47.637 milhões de euros relativamente a 2022, depois de as receitas terem caído em todos os segmentos de negócio.
Mas o final do ano já perspetivava dias melhores. No último trimestre do ano passado, a Bayer mais do que duplicou o lucro, para 1.337 milhões de euros, apesar de as receitas terem descido 1,2% para 11.862 milhões de euros em termos homólogos.
A farmacêutica endividou-se de forma significativa com a compra da Monsanto em 2018, a fabricante do herbicida Roundup. No final de setembro a farmacêutica tinha cerca de 38,7 mil milhões de euros em dívida.
A Bayer já prometeu despender de cerca de 16 mil milhões de dólares para chegar a acordo com milhares de queixosos norte-americanos que alegam que o Roundup causou cancro. A empresa insiste, contudo, que o herbicida é seguro.
As ações da empresa, que perdem 24,4% desde o início do ano, desvalorizaram hoje 7,57% para 25,96 euros - o valor mais baixo desde maio de 2005.