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Banco de Portugal "actuou bem" na supervisão ao BCP (act2)
O antigo Governador do Banco de Portugal, António Marta, disse hoje que o Banco de Portugal actuou bem na supervisão ao BCP. O responsável garante que o banco central não encontrou irregularidades no aumento de capital que o BCP efectuou em 2002, frisando
(actualiza com mais declarações de António Marta)
O antigo vice-governador do Banco de Portugal, António Marta, disse hoje que o Banco de Portugal actuou bem na supervisão ao BCP. O responsável garante que o banco central não encontrou irregularidades no aumento de capital que o BCP efectuou em 2002, frisando que enquanto esteve no banco central, nunca assistiu a nenhuma operação fraudulenta.
"Com o conhecimento da altura a supervisão não teve falhas", disse o antigo Governador na comissão parlamentar de inquérito à supervisão financeira.
Já Rosário Águas, do PSD, disse que "houve falhas de supervisão" e que o objectivo da comissão parlamentar é "averiguar o que falhou, para propor alterações e reduzir os factores de risco".
"Não estou a dizer que a supervisão actuou mal", acrescentou.
António Marta, antigo vice-governador do Banco de Portugal, diz que nunca assistiu a nenhum aumento de capital fraudulento enquanto esteve no banco central, tendo frisado que estas operações só são fraudulentas se o banco vendeu capital com opção de compra dessas acções.
Na audição na comissão parlamentar de inquérito à supervisão financeira, António Marta alegou sigilo profissional para não poder falar à vontade sobre as investigações às alegadas irregularidades cometidas pelo BCP no aumento de capital de 2002.
O mesmo responsável salientou que em 2002, no caso BCP, "não se encontraram irregularidades, mas sim fragilidades do ponto de vista prudencial", salientando que nestes casos definem-se problemas de regularização".
Na mesma comissão, o deputado do PSD Patinha Antão, anunciou que vai pedir para que Jorge Bleck seja ouvido, depois do advogado ter afirmado publicamente que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários sabia da existência de "off-shores" no BCP.
António Marta soube das "off-shores" pela imprensa
Honório Novo, deputado do Partido Comunista Português (PCP), questionou António Marta sobre os créditos a familiares do BCP e se o Banco de Portugal tinha garantias de que a lista de "off-shores" que recebeu do BCP em 2002 era completa e se houve manipulação de mercado com acções do BCP através das "off-shores".
António Marta adiantou que o banco central pediu a lista completa das "off-shores" "e como não actual num clima de suspeição" tomou a lista que recebeu do BCP como "completa".
Quanto à questão da alegada manipulação de acções, Marta remeteu a questão para a CMVM, que tem a competência sobre esta matéria.
O mesmo responsável, respondendo a uma questão do deputado Francisco Louça, adiantou que não está a colaborar na actual investigação que está a ser efectuada pelo Banco de Portugal.
Quanto ao facto de o BCP ter voltado a escolher a KPMG como auditor, diz que não sabe como o interpretar.
António Marta diz ainda que só soube da existência das 17 sociedades "off-shore" no BCP pela imprensa, tendo alegado sigilo profissional para não falar sobre as ligações do accionista do BCP, Goes Ferreira, à empresa que foi utilizada para "limpar" das perdas que o banco terá obtido com o aumento de capital.