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Anúncios televisivos salvaram a Pluricosmética do "caldeirão"
Transformar uma pequena loja numa rede com mais de 40 estabelecimentos não é uma história da Carochinha nem de uma multiplicação bíblica. Marca própria de unhas de gel vai levar a empresa de Matosinhos para fora.
Paulo e Regina Teixeira mexeram e remexeram o "caldeirão de experiências" em busca da fórmula mágica para reerguer a Pluricosmética. Cometeram "algumas asneiras", mas não caíram lá dentro, mesmo que às "bastante dívidas" que assumiram em 2001 tenham somado outras das quais vieram "a saber posteriormente" à compra da massa falida desta empresa de cosméticos.
O casal luso-brasileiro optou por não mudar o nome comercial, que "já estava bem na cabeça dos portugueses", e conseguiu recuperar a actividade "olhando para as necessidades do mercado". Foi com esse mesmo olhar que não encontraram as unhas de gel específicas que queriam, levando à criação recente da primeira marca própria, que baptizaram de "Kelly K". "É a menina dos nossos olhos", frisou o director. É com ela que equaciona arrancar a internacionalização, mesmo sublinhando que "o mercado português ainda tem alguma coisa para ser feita".
Parece simples, mas a empresa "suou" muito no caminho até contar as actuais 41 lojas em Portugal Continental – prevê abrir este ano outras cinco – e uma facturação de 12,3 milhões de euros no fecho de 2012. Tem o objectivo de "continuar a crescer" e o primeiro trimestre deste ano foi promissor: subiu as vendas em 20%, sendo "metade disso à força de investimento" em novas lojas.
Na viragem do milénio, este empresário de Matosinhos "chegava a casa bastante cansado" depois do trabalho em reciclagem de metais preciosos, uma tradição de família. Ligava a televisão e "via [publicidade a] cosmética, cosmética, cosmética". Passou a consultar diariamente os classificados dos jornais, analisou várias hipóteses relacionadas com essa área de actividade e acabou por comprar a falida Pluricosmética.
"Achámos que o negócio tinha potencial, mas estava mal gerido", resumiu. A partir daquela pequena loja de 14 metros quadrados "herdada" nos Carvalhos, concelho de Vila Nova de Gaia, iniciou esta operação no sector da beleza que poderia convencer a exigente "Carochinha formosa e bonitinha" a subir ao altar. Nas lojas, nos armazéns e nos centros técnicos de Gaia e Braga emprega 170 pessoas, chegando os postos de trabalho "indirectos" às duas centenas.
Este ano abrirá em Lisboa o terceiro centro técnico. Além de profissionais, os espaços de formação são procurados por quem trabalha em fábricas ou escritórios e quer ganhar "dinheiro extra" com um emprego ao fim-de-semana.
Na viragem do milénio, Paulo Teixeira "chegava a casa bastante cansado" depois do trabalho em reciclagem de metais preciosos, uma tradição de família. Sentava--se no sofá com a mulher, Regina, que é também sua parceira de negócios, ligava a televisão e só "via [publicidade a] cosmética, cosmética, cosmética". Passou então a consultar diariamente as páginas dos classificados dos jornais, analisou várias hipóteses e acabou por comprar a falida Pluricosmética.