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António Costa: “Estado apoiou a contrafacção de patentes durante décadas"
O primeiro-ministro afirmou que a indústria farmacêutica portuguesa contou, “durante décadas”, com “o apoio activo do Estado” na “contrafacção de patentes”. Agora há “um outro paradigma, o do apoio à inovação”, garantiu António Costa.
"Agradeço à Bial o gosto de começar bem esta semana." Foi com manifesta satisfação que o primeiro-ministro presidiu esta segunda-feira, 23 de Janeiro, na Trofa, à assinatura do contrato de investimento de 37,4 milhões de euros da maior farmacêutica portuguesa com a AICEP.
Porque "esta história demonstra bem como a mudança de paradigma na indústria farmacêutica é essencial para que tenha o sucesso que a Bial tem", justificou António Costa, que arrasou as práticas desta indústria e a política de apoio estatal ao sector no passado.
"Durante décadas, a indústria, com o apoio activo do Estado, assentou não na investigação, não na produção de conhecimento, não na inovação, não na criação de patentes, mas na contrafacção de patentes. Foi uma ilusão de que assim se construía o futuro", considerou o primeiro-ministro.
Para Costa, "felizmente, esse paradigma foi abandonado". Hoje "segue-se um outro paradigma: as empresas que vingaram, que têm sucesso", afiançou, apresentando o caso da Bial como porta-estandarte desta mudança de paradigma, porque "investe na investigação, na inovação e na capacidade de transformar o conhecimento em valor económico".
O chefe do Governo aproveitou o momento de assinatura de mais um contrato de investimento para voltar a prometer que o Executivo vai "acelerar" a execução dos fundos comunitários.
"Há cerca de um ano vi quatro milhões de euros de fundos disponibilizados às empresas, até ao final de 2016 conseguimos aumentar para 460 milhões e temos para este ano uma meta ainda mais ambiciosa: duplicar esta verba, colocando nas empresas mil milhões de euros para apoiar investimento empresarial", sinalizou António Costa.