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Andersen nega conhecimento de fraude contabilística da WorldCom

A Arthur Andersen vê-se novamente envolvida num escândalo financeiro, após a WorldCom ter anunciado que inflacionou os resultados em 3,95 mil milhões de euros em despesas que a auditora norte-americana nega ter tido conhecimento.

26 de Junho de 2002 às 12:00
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A Arthur Andersen vê-se novamente envolvida num escândalo financeiro, após a WorldCom ter anunciado que inflacionou os resultados por ter escondido um valor de 3,95 mil milhões de euros em despesas que a auditora norte-americana nega ter tido conhecimento.

A operadora de telecomunicações norte-americana divulgou ainda que demitiu o administrador financeiro responsável por esta operação financeira, Scott Sullivan, tendo afirmado que a falta da contabilização das despesas de 3,9 mil milhões de dólares (3,95 mil milhões de euros) no balanço afectou os resultados do exercício de 2001 e do primeiro trimestre de 2002.

A auditora norte-americana teria que avalizar as contas apresentadas pela empresa ao mercado, sendo que os especialistas consideram difícil esta operação não ter tido a conivência da auditora, especialmente após o seu envolvimento na fraude contabilística da eléctrica norte-americana Enron.

A Andersen justifica a sua posição afirmando que o «administrador financeiro da WorldCom reteve informação sobre os custos, dos auditores da empresa».

A empresa acrescenta que «o nosso trabalho seguiu os parâmetros profissionais exigidos pela Securities Exchange Comission (SEC)», o regulador do mercado de capitais norte-americano.

«Dizer que falta um montante perto de 4 mil milhões de dólares (4,01 mil milhões de euros) traduz falta de credibilidade», avançou à Bloomberg Dennis Beresford, professor de contabilidade na Universidade de Georgia.

Para o mesmo responsável, a análise das despesas «é um elemento fundamental na contabilidade».

Os analistas de mercado estimam que a empresa teria «escondido» este montante total nas despesas, permitindo-lhes reduzir os custos ao longo dos anos e aumentar os resultados líquidos.

A operadora de telecomunicações norte-americana avança que estas despesas foram contabilizadas na rubrica de despesas de capital em vez de despesas ordinárias da actividade.

A auditora, que colaborava com a empresa até Maio deste ano, por seu lado, referiu hoje em comunicado que não lhe foi divulgado pela WorldCom que as despesas teriam sido contabilizadas como despesas de capital.

A WorldCom argumentou que «substituiu a tempo» a Arthur Andersen pela KPMG.

A Andersen está também envolvida na polémica financeira da falência da norte-americana Enron por ter alegadamente escondido do mercado, a situação financeira negativa da petrolífera.

A auditora não deverá sobreviver a mais um escândalo financeiro, segundo afirmam especialistas.

A operadora norte-americana está sob investigação do regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos devido aos empréstimos concedidos ao presidente da companhia, Bernard Ebbers.

As acções da WorldCom escorregavam 77% para os 0,20 euros na Europa.

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