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Alexandra Machado: “Se a minha vida profissional terminasse hoje que marca deixaria?”

Esta foi a pergunta que Alexandra Machado, fundadora e CEO da Girl Move Academy, colocou a si própria há dez anos e depois de ter passado pelo mundo académico e corporativo. O salto de fé foi dado para a área social e de impacto, traduzindo-se na criação da Girl Move Academy, cujo objectivo é promover a educação no feminino e a participação das mulheres em lugares de decisão na sociedade, neste caso em Moçambique. E é também, mas não só por isso, que Alexandra Machado recebeu o Prémio Carreira 2023 da Católica Lisbon. Em entrevista, vale a pena ler a sua história.

DR

Depois de cerca de 30 anos de carreira em que passou pelo mundo académico, empresarial e, há cerca de uma década, como empreendedora social e de impacto, com a sua Girl MOVE Academy, já premiada a nível mundial, como define a evolução do seu percurso até hoje e que principais factores contribuíram para estas três "passagens" em domínios tão diferentes?
Estas três passagens em domínios diferentes têm um denominador comum: a vontade de acrescentar valor à sociedade com os talentos que Deus me dá. Considero que fui construindo a minha carreira com abertura para as oportunidades no concreto e com a visão de algo maior para o qual gostava de contribuir. A evolução que tive é fruto dessa disponibilidade: honrando o passado, vivendo o presente e sonhando o futuro. Cada vez mais vejo interligação entre o sector privado, o sector social e a academia. São mundos que se complementam. Considero que uma das mais-valias que levo é esta visão integrada fundamental para o impacto sistémico que sonho ajudar a construir.

Em 2012, e num Congresso da ACEGE no qual foi convidada a contar a sua história até então, afirmou que sempre tentou integrar a sua fé em conjunto com a sua vida profissional. Na altura preparava-se para deixar uma multinacional – enquanto Country Manager da Nike em Portugal e Membro do Conselho de Administração da Nike Ibéria – afirmando igualmente que praticava uma "liderança de serviço". Até que ponto sentiu algum obstáculo em integrar estes dois valores no caminho que trilhou?
Liderança por definição é, para mim, um acto de amor, um acto de serviço. Amor a um bem maior, à construção de algo para que nos colocamos a caminho. Obstáculos nesse caminho encontramos todos os dias. Não considero, assim, que sejam dois valores diferentes, mas sim que fazem parte de um mesmo conceito. A liderança só faz sentido quando se centra no indivíduo, em cada ser humano e na procura da relação entre seres humanos com o meio que os rodeia e de um propósito comum, com o sentido de serviço e entrega na promoção de um mundo melhor. Por acreditar tão fortemente neste conceito senti necessidade de o colocar em prática num contexto em que fizesse maior diferença e impacto, ainda que com elevada adversidade. Conta igualmente que sentiu um "chamamento" para viver a missão subjacente ao seu projecto – enquanto defensora de que as mulheres podem e devem assumir posições de liderança como agentes de mudança da sociedade – escolhendo para isso trabalhar com Moçambique.

Pode contar-nos como "sentiu" esse chamamento?

Acho que todos nós sonhamos em ser protagonistas na construção de um mundo melhor. Muitas vezes a questão é: como? Há 10 anos esta questão tornou-se para mim mais urgente. Se a minha vida profissional terminasse hoje que marca deixaria? Do que mais me orgulharia? Foi um momento decisivo na minha vida e o início de uma nova etapa e uma nova história. Sentia a energia, a motivação, e o caminho para o fazer. Considero que promover a educação no feminino e a participação das mulheres em lugares de decisão na sociedade é fundamental para o desenvolvimento da mesma, particularmente em países em que nem sempre verificamos igualdade de oportunidades.

Leia a entrevista na íntegra no Portal VER.

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