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Advogados enfrentam-se no terreno da AG
A crise no BCP começou por ser um confronto entre gestores. Teixeira Pinto, de um lado, e Jardim Gonçalves, do outro, o que deu origem a divisões profundas dentro do conselho de administração.
A crise no BCP começou por ser um confronto entre gestores. Teixeira Pinto, de um lado, e Jardim Gonçalves, do outro, o que deu origem a divisões profundas dentro do conselho de administração.
O conflito entre gestores transformou-se numa luta entre accionistas, com os históricos a defenderem as posições do fundador e os "newcomers" a apoiarem o presidente do CA, mas assumindo todos crescente protagonismo no processo negocial das últimas semanas. Mas o que nunca deixou de ser foi um "show" dos advogados, que foram as estrelas da última assembleia e continuaram no centro das negociações.
Quem assistiu à chegada dos accionistas da assembleia de 6 de Agosto pode verificar um autêntico desfile de representantes das principais sociedades de advogados de negócios do país. Por lá passaram a PLMJ, de José Miguel Júdice, a GPCB, de Manuel Castelo Branco, a VdA, de Vieira de Almeida, entre outros.
Uma das grandes sociedades está num papel aparentemente neutral: é o escritório de João Soares da Silva (com os sócios Galvão Teles e Osório de Castro), que é advogado do BCP, desde o tempo em que Jardim Gonçalves era líder executivo.
No decurso da reunião, os advogados conseguiram que a discussão nunca saísse do período de antes da ordem do dia. A sua intervenção acabou por gerar mal estar entre os accionistas presentes, com alguns a queixarem-se de que o evento mais parecia "uma RGA da Faculdade de Direito".
Haja consenso ou guerra aberta, a preponderância dos advogados vai continuar. Seja assumindo o protagonismo, seja trabalhando nos bastidores, conduzindo o processo negocial, a crise do BCP é o reino dos advogados.