O negócio da Portgás, que prevê a compra da participação indirecta da holding Nélson Quintas & Filhos no capital da distribuidora do gás do Norte, recebeu ontem luz verde no conselho de administração da Galp Energia.

Em causa estavam as objecções da Eni, parceira estratégica da Galp com 33,34%, a esta operação, ainda numa fase de indefinição do processo de reestruturação do sector energético.

O envolvimento da Galp é apenas transitório já que a participação irá parar às mãos da EDP.

A fórmula encontrada prevê que o grupo Caixa Geral de Depósitos compre a holding Nelson Quintas e Filhos Gás transitoriamente e depois a ceda à EDP [EDP] a empresa, que detém indirectamente 12% da Portgás, através de uma opção previamente contratualizada.

Também a Galp se compromete com uma «call option» a ceder a sua actual participação da ordem dos 45% do capital da Portgás à EDP, quando se concretizar a reestruturação que prevê a transferência para a eléctrica dos activos da distribuição de gás, e que assim garante o controlo da distribuidora.

Para além do negócio em si, também o preço da transacção, que avalia a Portgás na casa dos 200 milhões de euros, assume particular relevo agora que as accionistas da Galp se confrontam com avaliações divergentes dos activos do gás. Este valor é mais coerente com os montantes reivindicados pela Galp para o negócio do gás.