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Acordo da Fnac com Livraria Barata é válido por 12 anos e "piloto" para potenciais réplicas

Diretor-geral da Fnac Portugal, Nuno Luz, diz que acordo para assumir a gestão integral da histórica Livraria Barata acaba por figurar como "um piloto" para testar a viabilidade para este tipo de expansão.

13 de Agosto de 2023 às 12:00
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A Fnac assumiu a gestão integral da histórica Livraria Barata, em Lisboa, ao abrigo de um acordo "válido por 12 anos" que a cadeia de origem francesa vê como um "piloto" para potenciais projetos idênticos.

"O que vemos em diversas cidades de Portugal é que existem livrarias com tradição que, de alguma forma, ou não se renovaram ou não têm a escala que têm outro tipo de retalhistas ou apresentam dificuldades na gestão, mas que são espaços que servem as populações e se revestem de grande importância nas regiões onde estão inseridas", diz o diretor-geral da Fnac Portugal, Nuno Luz, ao Negócios.

Neste sentido, o acordo firmado com a Livraria Barata, válido por 12 anos, acaba por figurar como "um piloto para testarmos se existe viabilidade para este tipo de expansão por parte da Fnac, tentando, ao mesmo tempo, preservar as livrarias tradicionais que ainda temos no nosso país", sublinha.

Esse acordo tem a figura legal de cessão de exploração, o que significa que a Fnac paga determinado montante à proprietária da Livraria Barata por tomar temporariamente conta do espaço comercial, explica Nuno Luz, sem divulgar o valor em causa. Com efeito, aponta, estando a empresa com um plano de recuperação em curso, será "um dos pontos positivos" do acordo, já que "vai poder continuar a poder liquidar as suas responsabilidades mensalmente".

Tirando esse valor, assumir as rédeas da Livraria Barata, transformando-a numa loja Fnac, implicou um investimento na ordem dos "250 mil a 300 mil euros", essencialmente em obras e "stock".

A Fnac assumiu a gestão integral do histórico estabelecimento, localizado na Avenida de Roma, a 4 de agosto, na sequência do termo de uma parceria da Fnac e da Câmara Municipal de Lisboa com a Livraria Barata, iniciada em 2020, "com o objetivo de preservar o património cultural e de cidadania desta livraria, e de dinamização do espaço através de uma maior oferta de produto".

"Sabendo das dificuldades que estava a atravessar e tendo algum interesse em abrir uma Fnac naquela zona da cidade - uma vez que ainda não tínhamos nenhuma loja de proximidade e temos assistido uma renovação da população - achámos que poderíamos tentar, por um lado, implementar a nossa loja e, por outro, manter o ADN da Livraria Barata, com o qual a Fnac se identifica muito, e assim preservar o património cultural e o espaço dada a importância que têm", realça Nuno Luz.

Fundada em 1957, a Livraria Barata estava a lutar pela sobrevivência pelo menos desde o estalar da pandemia. Em maio de 2020, após ter sofrido uma quebra na ordem de 90% nas vendas, foi inclusive lançada uma campanha de angariação de fundos com vista a obter 190 mil euros, os quais seriam vertidos em produtos da livraria para os doadores.

O Presidente da República chegou a visitar a Barata, nessa altura, apelando à adesão dos cidadãos. "Eu vim aqui agradecer e apelar: venham ajudar a Livraria Barata, para que ela possa realmente sobreviver e afirmar-se", declarou Marcelo Rebelo de Sousa. No entanto, a campanha fracassou, tendo apenas obtido 13% do valor pretendido.
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