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Accionistas do BCP medem forças

Quem vale mais? O bloco dos ex-jardinistas, como a Eureko e a TD, ou o dos renovadores, liderados por Joe Berardo e pela Sonangol? É o que se poderá ficar hoje a saber, na AG que consagrará Santos Ferreira como primeiro presidente do BCP da era pós-Jardim

15 de Janeiro de 2008 às 00:03
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Quem vale mais? O bloco dos ex-jardinistas, como a Eureko e a TD, ou o dos renovadores, liderados por Joe Berardo e pela Sonangol? É o que se poderá ficar hoje a saber, na AG que consagrará Santos Ferreira como primeiro presidente do BCP da era pós-Jardim.

Os dois blocos de accionistas que se entenderam sobre a eleição de Carlos Santos Ferreira para presidente do BCP deverão medir forças nos restantes pontos da ordem de trabalhos da assembleia geral (AG) desta tarde.

Ontem, ao final do dia, Joe Berardo e os seus aliados (Sonangol, EDP, Stanley Ho, Moniz da Maia e Manuel Fino) mantinham a intenção de não retirar da agenda da reunião os pontos polémicos, à excepção da proposta de alargamento do conselho geral e de supervisão (CGS).

Assim, haverá contagem de espingardas em relação à eleição do presidente da mesa da AG, do conselho de remunerações e do revisor oficial de contas (ROC).

Até ao final do dia de ontem, o presidente da mesa da AG, Germano Marques da Silva, não tinha recebido qualquer pedido para retirar propostas da agenda. Desta forma, mesmo o aumento do número de membros do CGS só cairá depois de os accionistas já estarem reunidos. E, ao início da noite, ainda havia accionistas a ameaçar manter esta proposta caso a eleição de Santos Ferreira não tenha uma maioria esmagadora - o ex-presidente da CGD já terá a vitória garantida, restando apenas contar os votos para ter uma ideia da dimensão da derrota do seu rival, Miguel Cadilhe.

A insistência na manutenção das propostas polémicas era justificada, entre os aliados de Berardo, com a convicção de que aquelas propostas merecerão o apoio da maioria dos investidores presentes no encontro. A aprovação destas propostas poderá ter sido facilitado por um entendimento tácito sobre a entrada em funções do novo presidente da mesa da AG e do novo ROC. Marques da Silva garantiu ao Jornal de Negócios que, em princípio, mesmo que Menezes Cordeiro seja eleito, o seu sucessor só liderará as reuniões de accionistas a partir da assembleia anual de Março. Quanto ao ROC, há também acordo para que a eventual eleição de Luís Magalhães, da Deloitte, para aquele lugar, não ponha em risco que seja o actual auditor, a KPMG, a fechas as contas de 2007.

Tendo em conta o que aconteceu na AG de 27 de Agosto - em que Berardo aceitou retirar todas as suas propostas face à previsível derrota nesses pontos -, alguns accionistas não excluem que o empresário madeirense e os seus aliados repitam esta decisão em cima da própria assembleia. Uma possibilidade liminarmente rejeitada pelos investidores que subscrevem as propostas polémicas.

Certo é que, independentemente dos blocos a que pertencem, a generalidade dos accionistas contactados pelo Jornal de Negócios sublinha as vantagens de todos os pontos serem votados - à excepção do alargamento do órgão de fiscalização. A votação permitirá uma clarificação do peso de cada bloco de investidores, o que poderá ajudar a nova equipa de gestão a definir em que sentido concretizará a reestruturação da base accionista do BCP, que todos defendem ser necessária.

Sindicato apoia Cadilhe, gestão cessante despede-se

Apesar de a vitória de Santos Ferreira estar praticamente garantida - só um volte-face de última hora poderia alterar o resultado da AG - o presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários apelou ontem ao voto em Cadilhe. Em declarações à Lusa, Afonso Diz justifica este apoio por considerar que a solução para o BCP tem de vir de dentro da própria instituição. "É uma solução interna e independente", sublinhou o dirigente sindical, acrescentando que, com uma estratégia adequada, a lista de Cadilhe pode tirar o banco da situação em "que o deixaram cair".

Já o conselho de administração cessante expressou ontem a sua confiança na capacidade dos accionistas aproveitarem a AG para encontrar "as soluções que permitirão a continuação da afirmação do projecto Millenniumbcp como mais valia indiscutível no sistema financeiro nacional". Em comunicado, a equipa ainda liderada por Filipe Pinhal repudiou a "a condenação em praça pública" de que o banco tem sido vítima e as "actuações sensacionalistas" que têm surgido a propósito do banco.

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