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A ascensão meteórica do bilionário Len Blavatnik

A aposta do empresário ucraniano na Warner Music revelou-se vencedora. Len Blavatnik tem ativos que incluem propriedades em Londres e Nova Iorque.

11 de Maio de 2019 às 14:00
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Existem bilionários, multibilionários e Len Blavatnik, cujo património é tão grande, a sua rede tão ampla e as suas metas de negócios tão ambiciosas, que agora parece estar em todo o lado.

 

É muito difícil passar um mês sem notícias de uma aquisição de peso, de uma grande doação ou da presença do executivo de 61 anos nascido em Odessa, na Ucrânia, num evento de gala.

 

Há algumas semanas, o magnata presenteou os homenageados do Prémio Blavatnik de Jovens Cientistas de 2019, em Israel, com uma luxuosa cerimónia em Jerusalém. Em fevereiro, vestindo um casaco roxo de estilo holandês, presidiu a festa pré-Grammy, da Warner Music, ao lado de estrelas pop como Rita Ora e Lizzo. Em novembro do ano passado, doou 200 milhões de dólares para a Faculdade de Medicina de Harvard. Antes, em junho, tinha comprado o histórico Theatre Royal Haymarket por 59 milhões de dólares.

 

Tal generosidade não é inédita para um bilionário, nem o frequente contato com celebridades. O que é impressionante é a velocidade com que a sua riqueza cresceu e a rapidez com que aumentou a sua influência sobre as finanças, entretenimento e sociedade.

 

Também é impressionante como os componentes da sua fortuna de 25,7 mil milhões de dólares contrastam com a forma e onde começou a construí-la. Blavatnik, que tem cidadania dos EUA e do Reino Unido (onde tem o título de cavaleiro e pode ser chamado de "Sir Leonard"), injetou milhares de milhões de dólares que acumulou com fábricas privatizadas e campos de petróleo em ativos muito diferentes daqueles nos quais investia na Rússia pós-União Soviética.

 

A aposta mais ousada na transformação de Blavatnik, a Warner Music, valeu a pena. A editora que comprou em 2011 por 3,3 mil milhões de dólares poderá valer mais de seis mil milhões atualmente, graças a uma recuperação da indústria da música.

 

A aquisição da editora por Blavatnik, vista como muito cara na altura, agora parece claramente engenhosa.

 

As vendas globais de músicas gravadas totalizavam 15 mil milhões de dólares quando o empresário fechou o acordo, com apenas uma pequena fração desse valor vinda do streaming. Em 2018, as vendas totais saltaram para 19,1 mil milhões de dólares, e a participação do streaming aumentou mais de 900%. Esta retomada está a impulsionar múltiplos numa indústria que, há pouco tempo, lutava para convencer os investidores da sua viabilidade.

 

A "receita da Warner foi a que mais cresceu em termos percentuais durante três anos seguidos", disse Mark Mulligan, diretor-gerente da Midia Research, com sede em Londres. Se esta tendência continuar, "pode acabar por se tornar a segunda maior editora".

 

O valor da concorrente Universal, cujo controlo está a ser comprado pela Vivendi, também deu um salto. A Universal, que controla 31% do mercado de música comparados aos 18% da Warner, estará avaliada em 29 mil milhões de euros (32,3 mil milhões de dólares), segundo um relatório do Deutsche Bank divulgado em janeiro.

 

Blavatnik não quis ser entrevistado para esta reportagem, mas disse, através de uma porta-voz, que a Warner está avaliada em 3,3 mil milhões. A remuneração em ações distribuída aos executivos no fim do ano fiscal de 2018 foi baseada numa avaliação de 3,2 mil milhões, embora possa facilmente valer o dobro, disse um analista do setor, que pediu para não ser identificado comentando estimativas não publicadas. A porta-voz não forneceu detalhes sobre como a avaliação foi calculada.

 

(Texto original: Blavatnik’s Contrarian Wagers Forge $26 Billion Global Fortune)

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