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61% dos gestores de topo das empresas têm curso superior

Um inquérito dirigido pelo Instituto Nacional de Estatística, conclui que 60% dos gestores de topo têm pelo menos o grau de licenciatura, uma percentagem que cresce com a dimensão da empresa. A maioria dos gestores acha que a sua principal função é tomar decisões e assumir responsabilidades. Poucas empresas fazem avaliação anual de desempenho.

Bloomberg
22 de Novembro de 2017 às 12:31
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A maioria das empresas nacionais tem à sua frente gestores qualificados, com pelo menos uma licenciatura no seu curriculum. A maioria destes gestores acha que a sua função é "tomar decisões", mais do que "liderar pelo exemplo" ou "acreditar na inteligência colectiva", e diz que tem um estilo de gestão participado, onde só decide depois de recolher sugestões. As conclusões são do Instituto Nacional de Estatística (INE), a partir dos resultados do primeiro inquérito às práticas de gestão feito pela instituição em Portugal.

O inquérito conduzido junto de quase 4.000 sociedades a operar em Portugal conclui que em 61% das sociedades os gestores de topo têm pelo menos uma licenciatura, em média, mas, como seria de esperar, o nível de formação varia muito consoante a dimensão da empresa. Isto é, quanto maior a sociedade, maior a formação: 82,9% dos gestores das grandes empresas têm formação superior, uma percentagem que baixa para os 43,7% nas micro-empresas e para 49,8% no sector da construção.

Quando questionados sobre as características que definem as suas funções, a maioria dos respondentes acha que um gestor de topo tem de tomar decisões (23,6%) e "assumir responsabilidades". Opções como "liderar pelo exemplo" ou "acreditar na inteligência colectiva" ou "saber reconhecer méritos" recolheram comparativamente poucas respostas.

O estilo de liderança parece ser "mais centrada na equipa", descreve o INE, já que a maioria dos inquiridos diz que "apresentava o problema, recolhia sugestões e tomava as decisões" (35,6% das respostas). Em segundo lugar (com cerca de 22% das respostas) há um estilo de gestão mais unilateral, em que as decisões são tomadas e comunicadas à equipa – uma prática mais comum nas micro-empresas.

A maioria dos gestores combina objectivos de curto e de longo prazo, que considera serem moderadamente ambiciosos. Estes objectivos são monitorizados, na sua maioria, mensalmente, dispondo as empresas de um conjunto de indicadores que vai avaliando. Em mais de metade das empresas (51,2%), a lista de indicadores-chave não ultrapassa os 10, embora o número de indicadores vá crescendo quer com a dimensão da empresa quer com a sua senioridade. Em 2016, 36,1% das sociedades recorreu a consultores externos para melhorar a gestão.

 

Só 12% avalia desempenho e poucos têm incentivos aos trabalhadores

Em termos de práticas de gestão, são residuais os que têm programas de retenção de novos talentos, que desenvolvem programas de promoção e de progressão na carreira, que disponibilizem programas de incentivo aos trabalhadores ou incentivem a sua mobilidade. Só cerca de 12% dos inquiridos têm uma avaliação de desempenho anual, baseada em objectivos ou apostaram na contratação de quadros especialistas com experiência relevante para a função a desempenhar. A ferramenta de gestão mais usada foram os programas de formação formal para os novos trabalhadores (11,6%).

A dimensão da empresa também interfere nas ferramentas de gestão mais usadas: enquanto nas micro-empresas a preferência vai para o "incentivo à autonomia dos trabalhadores", com 18,9% das respostas, ao passo que as grandes empresas apostaram mais em planos de formação para os novos trabalhadores.

Apesar de poucas empresas fazerem avaliação de desempenho regular, cerca de 44,9% diz ter atribuído prémios de desempenho às pessoas ao serviço pelo cumprimento dos objectivos definidos, uma percentagem que crescem quanto mais antiga for a empresa.

O inquérito do INE foi conduzido entre 12 de Junho e 30 de Agosto de 2017 junto de dos gestores de topo (na sua maioria gerentes, sócios/gerentes, administradores e directores) de 3.875 sociedades. Em termos sectoriais, 43,8% dos inquiridos concentra-se na indústria, 12,9% no comércio e reparação de veículos e 10% no transporte, armazenagem, e actividades de informação e comunicação.

A grande maioria das empresas tem mais de cinco anos de idade e 56,5% das sociedades era detida em 50% ou mais pelos seus fundadores ou pela família, tendo-se verificado que, quanto mais jovem a empresa, maior a presença dos fundadores ou da família na gestão. Nas empresas jovens, em 64,5% do capital era detido pelos fundadores ou familiares, uma percentagem que desce para 54,9% nas empresas com mais idade. 

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