A janela de transferências de inverno na Europa era este ano aguardada com grande expectativa, sendo a primeira vez que ocorre logo após um Mundial.
E a verdade é que a competição disputada no Qatar ajudou a valorizar e dar visibilidade a alguns jogadores, sendo o caso mais emblemático o do médio argentino Enzo Fernández, do Benfica, que se tornou a compra mais cara de sempre por um clube inglês.
Mas outro fator pesou para que este mercado de inverno tenha movimentado 1.600 milhões de euros, mais 28% do que o da época anterior: o ano atípico na principal liga britânica.
A Premier League, aliás, foi responsável por mais de metade do total das transferências em janeiro, com um gasto de 830 milhões de euros, cerca de 6,5 vezes o valor despendido pela segunda liga mais gastadora, a francesa Ligue 1.
Nas restantes ligas apelidadas “big five” – a alemã Bundesliga, a italiana Serie A e a espanhola La Liga –, os investimentos em reforços foram bem mais modestos. Os clubes alemães gastaram 67,8 milhões de euros, os italianos 32,2 milhões e os espanhóis 31,9 milhões.
Por comparação, os clubes da I Liga portuguesa gastaram 28,8 milhões, quase tanto como os emblemas do país vizinho ou de Itália. E isto num mercado em que, por exemplo, o FC Porto não esteve ativo.
Sobre o que tornou este mercado diferente dos anos anteriores, os especialistas ouvidos pelo Negócios apontam o Mundial do Qatar e o forte investimento dos clubes ingleses como os motores para o impulso nos valores movimentados.
Ao Negócios, Miguel Farinha, “partner” da EY e responsável pelo relatório anual sobre o futebol, sublinha que “é incontornável o efeito que o Mundial teve na valorização de alguns jogadores”.