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Manchester City expande o seu império no quintal do Barcelona

O Girona pertence em parte ao City Football Group, cujo império é financiado pelas riquezas de Abu Dhabi e da China e se estende de Nova Iorque a Melbourne pela mão do seu clube principal, o Manchester City.

Bloomberg
27 de Agosto de 2018 às 21:00
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Entre as montanhas verdejantes do norte da Catalunha, um grupo de jovens jogadores de futebol, vestidos de azul dos pés à cabeça, treina num campo de relva bem cortada, alugado a um clube de golfe próximo.

 

É uma região mais conhecida como campo de treino de ciclistas profissionais do que de possíveis estrelas do maior desporto do mundo. Mas os atletas que actuam no Girona FC fazem parte de uma empresa global que ganhou uma posição na primeira divisão espanhola investindo num clube que poucos fãs de futebol de fora do país tinham ouvido falar até ao ano passado.

 

O Girona pertence em parte ao City Football Group, cujo império é financiado pelas riquezas de Abu Dhabi e da China e se estende de Nova Iorque a Melbourne pela mão do seu clube principal, o Manchester City. O objectivo é transformar um clube pequeno num criador de talentos capaz de arrebatar jogadores debaixo do nariz do poderoso Barcelona para enviá-los ao campeão inglês ou vendê-los no mercado de transferências europeu.

 

"Talvez já não seja preciso ir para o Barcelona", disse Ignacio Mas-Bagà, o CEO do clube, no seu escritório no recentemente ampliado estádio do Girona, com capacidade para 14.500 pessoas. "Estamos a tentar fazer com que os players locais apostem no Girona porque é possível ver um caminho à frente."

 

Além do Manchester City, o City Football Group controla o New York City FC, vários clubes da Austrália e Uruguai e detém também uma posição num clube japonês. Esta empresa e o agente de jogadores Pere Guardiola (irmão do treinador do Citu, Pep Guardiola), controlam cada um 44,3% do Girona.

 

No campo, os jogadores estão na segunda temporada consecutiva da La Liga, depois de terem sido promovidos pela primeira vez para a primeira divisão no ano passado e de terminarem em 10°. No caminho, derrotaram o Real Madrid no auge do confronto político entre a Catalunha e o governo central. Após empatar no primeiro jogo da temporada, a 17 de Agosto, o Girona não conseguiu repetir o feito após ter sido derrotado pelos campeões europeus este domingo, por 1-4.

 

Ter sucesso fora do campo pode ser mais difícil. O Barcelona tem uma rede firmemente consolidada de equipas juvenis, que promoveu as carreiras de jogadores como os campeões do mundo Sergio Busquets, Gerard Piqué e Cesc Fàbregas. A proposta do Girona é persuadir jogadores jovens a fazerem parte de um projecto.

 

A chave é conseguir defesas, médios e avançados que não teriam hipótese no Barcelona, disse Rodrigo Fernández Lovelle, um empresário de jogadores cujos clientes foram ou saíram de clubes como Arsenal, na Inglaterra, e Shakhtar Donetsk, na Ucrânia. Um clube só pode ter um número limitado de jogadores em cada posição, por isso vai haver sempre alguns disponíveis, disse ele. Desta forma, é preciso existir o ambiente certo para os atrair.

 

"Um jogador talentoso pode crescer com o Girona na liga espanhola, uma das melhores do mundo", disse Delfí Geli, presidente do clube e ex-jogador. "Se, por exemplo, um jogador jogar neste ano no Girona, no próximo pode jogar sem problema com o irmão mais velho."

 

Mesmo assim, o objectivo imediato do Girona, de 88 anos, passa por consolidar-se como uma equipa da La Liga, de acordo com Geli. "Antes de mais nada, nós somos um clube de futebol", disse.

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