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Futebol americano une-se no desafio a Trump e ajoelha-se durante o hino

O futebol norte-americano uniu-se no desafio ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump, com jogadores, treinadores e donos dos clubes a ajoelharem-se em massa durante o hino nacional antes dos desafios de domingo da liga profissional da NFL.

Negócios 25 de Setembro de 2017 às 01:11
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Horas antes, no Twitter, Trump tinha sugerido aos donos dos clubes que os atletas que se ajoelhassem durante o hino fossem demitidos, considerando o gesto como falta de respeito pelo país [já que devem ouvir o hino de pé], com o governante a apelar ainda aos adeptos para boicotarem os jogos da NFL.

 

"Se os adeptos da NFL se recusassem a ir aos jogos até que os jogadores deixassem de faltar ao respeito à nossa bandeira e país, veriam mudanças rápidas. Despeçam-nos ou suspendam-nos!", 'twittou' o dirigente.

 

Trump acrescentou: "A assistência aos jogos da NFL e os índices de audiência estão de rastos. Jogos aborrecidos, mas muitos assistem porque amam o nosso país. A liga deveria apoiar os Estados Unidos."

 

O presidente norte-americano foi ainda mais longe na linguagem, ao sugerir aos proprietários das equipas que dissessem aos desportistas rebeldes "tirem esse f... da p... do campo agora mesmo".

 

A verdade é que a vaga de protestos inundou as imagens de televisão durante todo o domingo, com jogadores, treinadores e proprietários dos clubes unidos, com um joelho no relvado e braços entrelaçados: em Foxborough, Massachussetes, 15 dos jogadores dos New England Patriots, campeões em título, deram o exemplo.

 

Mais de 20 atletas dos Cleveland Browns também se ajoelharam enquanto o hino nacional ecoava no jogo contra os Indianapolis Colts: além deste gesto, repetido em vários outros estádios, alguns jogadores negros também levantaram os punhos, imitando o gesto de dois atletas afro-americanos durante os Jogos Olímpicos de 1968.

 

Em Chicago, a maior parte dos atletas dos Pittsburg Steelers nem sequer ouviu o hino no terreno de jogo, ficando nos balneários.

 

"Grande solidariedade para o nosso hino nacional e para o nosso país. Estar de pé abraçados é bom, ajoelhados é inaceitável", respondeu o presidente dos Estados Unidos.

 

A origem deste gesto remonta ao Verão de 2016, quando o ex-'quarterback' dos San Francisco 49ers, o afro-americano Colin Kaeernick, se ajoelhou – provocando assim um escândalo nacional - em sinal de protesto contra os assassinatos de vários negros às mãos de polícias brancos. "Não me vou levantar para mostrar orgulho pela bandeira de um país que oprime a gente negra e de cor", justificou o atleta, actualmente sem clube.

 

A NFL respondeu às críticas de Trump, considerando que os comentários do presidente do país provocam "divisão" e revelam uma "grande falta de respeito".

 No sábado, o dirigente também chocou com o basquetebol, quando retirou o convite a Stephen Curry, estrela da NBA, e aos campeões Golden State Warriors para irem à Casa Branca. "Ir à Casa Branca é considerado uma grande honra para uma equipa campeã. Stephen Curry duvida. Como tal, o convite está retirado", disse, novamente no twitter.

 

Curry tinha dito que não queria que a equipa visitasse a Casa Branca, onde as equipas campeãs costumam ser homenageadas, em protesto contra o mandato de Trump. Em resposta ao presidente, a equipa, que recebeu várias mensagens de apoio e solidariedade, disse que iria a Washington em Fevereiro para celebrar a "igualdade, a diversidade e a inclusão".

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