Notícia
Tribunal recusa PER da Soares da Costa mas empresa "quer continuar a laborar"
O juiz do Juízo de Comércio de Vila Nova de Gaia justificou a não homologação do PER "com questões técnicas", nomeadamente com o alegado tratamento desigual que seria dado aos credores
A Soares da Costa Construções "quer continuar a laborar e a criar riqueza e emprego" e deverá "muito em breve" apresentar uma solução para ultrapassar a não homologação do processo especial de revitalização (PER) que interpôs em 2016.
Fonte oficial da empresa disse hoje à Lusa que uma das hipóteses mais prováveis é a apresentação de um novo PER.
"A recusa da homologação do PER foi hoje publicada no Citius [plataforma informática de apoio aos tribunais] mas a empresa vai de imediato estudar soluções para ultrapassar o problema, porque quer continuar a laborar e a criar riqueza e emprego", referiu a fonte.
E sublinhou que o juiz do Juízo de Comércio de Vila Nova de Gaia justificou a não homologação do PER "com questões técnicas", nomeadamente com o alegado tratamento desigual que seria dado aos credores, beneficiando os que reclamam os seus créditos em kwanzas, a moeda de Angola.
A fonte da empresa referiu que, neste momento, "há várias soluções possíveis" em cima da mesa para resolver o assunto, adiantando que a decisão será tomada "em conjunto com a área jurídica".
Segundo O Observador, os bancos que votaram contra o PER foram a Caixa Geral de Depósitos, que reclamava perto de 165 milhões de euros à construtora, o BPI, o Bankinter, o BIC e o BBVA.
O BCP e o parceiro angolano Millennium Atlântico votaram a favor.
O Observador diz ainda que foram mais de 2.000 os credores que reclamaram créditos no quadro do PER, iniciado em agosto de 2016.
Os valores reclamados ascenderam a cerca de 1,4 mil milhões de euros, mas apenas cerca de metade foi reconhecido.