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Teixeira Duarte regressa aos lucros após poupar 38 milhões em juros

A redução da dívida levou a construtora a reduzir a fatura com juros em mais de 38 milhões de euros. A atividade operacional baixou.

29 de Abril de 2019 às 21:06
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A Teixeira Duarte fechou o exercício de 2018 com um resultado líquido de 11,1 milhões de euros, o que compara com prejuízos de 4,65 milhões de euros em 2017.

 

Os números da atividade do ano passado foram revelados no relatório e contas de 2018 que a construtora publicou esta segunda-feira na CMVM, no âmbito da convocatória para a assembleia geral de 27 de maio.

 

Esta melhoria nas contas da companhia liderada por Pedro Teixeira Duarte foi registada num ano em que a empresa procedeu à venda de vários ativos, o que permitiu reduzir a dívida financeira líquida em 20% para 688,9 milhões de euros, e procedeu à renegociação dos empréstimos com a banca, que permitiu alongar as maturidades da dívida.

 

Em resultado, os resultados financeiros registaram uma forte melhoria, passando de um valor negativo de 102 milhões de euros em 2017 para 54,7 milhões de euros no ano passado.  

 

"Para esta melhoria [nos resultados financeiros], destacamos a redução dos juros suportados no montante de 38,59 milhões de euros e pela variação dos ganhos com alienações de ativos financeiros no montante de 19,2 milhões de euros", refere o relatório da Teixeira Duarte.

 

No ano passado a empresa procedeu à venda de vários ativos, como a totalidade das ações que detinha na Lagoas Park e na Lusoponte e de 90% da participação detida na TDHOSP, a gestora do edifício do Hospital de Cascais. Em fevereiro a Teixeira Duarte anunciou que estas vendas de ativos cortaram 438 milhões de euros à dívida.

 

Houve mais efeitos (positivos e negativos) nas contas além da atividade operacional. As diferenças de câmbio desfavoráveis tiveram um impacto negativo de 68,17 milhões de euros em 2018, bem mais do que no ano anterior (15,3 milhões de euros). Pela positiva, a Teixeira Duarte teve um efeito favorável de 38,4 milhões de "aplicação da IAS 29 às empresas de Angola e da Venezuela".

 

Atividade operacional em queda

 

Nos indicadores que medem a atividade operacional da companhia, a evolução foi negativa, o que também é explicado pela venda de ativos.

 

Os proveitos operacionais desceram 7,8% para 1.014 milhões de euros, com o crescimento de 33,7% registado em Portugal a não compensar a quebra de 19,3% sentida no exterior.

 

"Apesar dos contributos positivos dos setores da construção e da imobiliária, não compensaram as diminuições nos restantes setores de atividade, com destaque para a distribuição e o automóvel", acrescenta a companhia.

 

O EBITDA desceu 21,3% para 142,68 milhões de euros.

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