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Teixeira Duarte com prejuízos de 26 milhões até Setembro

Apesar da melhoria do terceiro trimestre, o grupo acumula perdas devido ao aumento das imparidades com a participação no BCP. O volume de negócios do grupo recuou 17,6% nos primeiros nove meses.

Miguel Baltazar/Negócios
28 de Novembro de 2016 às 17:42
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A Teixeira Duarte registou nos primeiros nove meses deste ano um resultado líquido negativo de 26,3 milhões de euros, um valor que compara com lucros de 17 milhões no mesmo período de 2015.

Em comunicado, o grupo sublinha contudo uma recuperação no terceiro trimestre relação aos primeiros seis meses deste ano, já que entre Junho e Setembro obteve um resultado positivo de 9,5 milhões.

As perdas acumuladas desde o início do ano são justificadas pela empresa pela variação das diferenças de câmbio e a variação da perda por imparidade na participação no BCP, que em Setembro foi de cerca de 16,2 milhões de euros.

Até Setembro, o volume de negócios atingiu 828,2 milhões de euros, o que significa uma diminuição 17,6% face ao período homólogo, ou seja, menos 177,2 milhões.


Os mercados externos, que já representavam 84,1% do volume de negócios em Setembro de 2015, desceram globalmente 17,9%, passando a representar 83,8% da actividade do grupo. Em Portugal, o volume de negócios também desceu, mas 16%.

Na Venezuela, a Teixeira Duarte registou uma quebra de 44,2% da actividade, em Angola de 31,7%, em Espanha de 26,8% e no Brasil de 2,8%. Apenas em Moçambique e Argélia viu crescer o volume de negócios.


Os proveitos operacionais do grupo recuaram 16,9% para 863,2 milhões de euros nos primeiros nove meses, enquanto os custos diminuíram 21,9% para 713,4 milhões de euros.

O EBITDA situou-se nos 150 milhões de euros, 19,6% acima dos 125 milhões que o grupo registou há um ano.

Os resultados financeiros foram negativos em 96,9 milhões de euros, quando no final do terceiro trimestre de 2015 haviam sido negativos em 65,8 milhões.


O endividamento líquido do grupo recuou 6,9% neste período para 1.166 milhões de euros. Já os investimentos somaram 41,9 milhões de euros.


O número médio de trabalhadores da Teixeira Duarte diminuiu 15,8% de 13.691 para 11.534, ou seja, menos 2.157 trabalhadores, entre Setembro de 2015 e o mesmo mês de 2016, referindo a empresa que essa redução acompanhou "a diminuição da actividade nestes primeiros nove meses de 2016 e a inerente adequação das estruturas do grupo a tal realidade".

A carteira de encomendas para o sector da construção era de 2.109 milhões de euros em Setembro, o que representa uma redução de 5,5% face ao final de 2015.


As perspectivas do grupo para 2016 são de atingir proveitos operacionais não superiores a 1.200 milhões de euros, "reflectindo uma redução da actividade provocada pelas dificuldades de acesso a divisas em mercados externos", afirma.

Esta realidade, sublinha ainda, "tem implicado uma adequada redução das estruturas, o que, associado à dificuldade de ampliação de financiamentos em Portugal, tem conduzido ao ajustamento da capacidade produtiva do grupo".

Segundo noticiou a agência Lusa este fim-de-semana, a construtora Teixeira Duarte fez um pedido de empresa em reestruturação ao Governo, que está a ser analisado, e que poderá levar à saída de cerca de 300 trabalhadores em três anos.


(Notícia actualizada às 18:03)

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