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Obra do Matadouro Industrial de Campanhã no Porto foi entregue à Mota-Engil
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, revelou hoje que a obra do Matadouro Industrial de Campanhã já foi entregue à Mota-Engil, depois de em abril ter recebido luz verde do Tribunal de Contas.
18 de Setembro de 2020 às 20:47
"Há uma boa notícia. Nós hoje entregámos o Matadouro Municipal à Mota-Engil, foi hoje. Começa hoje a contar [o prazo]", adiantou à margem de uma reunião com o secretário de Estado das Infraestruturas para discutir a mobilidade no Grande Porto.
O independente reiterou que o projeto do Matadouro Industrial de Campanhã é, "talvez" a obra mais importante para o Porto "daqui a dez anos", considerando o impacto que terá numa área da cidade que continua ainda hoje a preocupar o autarca.
"Agora sabemos pelo menos que as coisas vão andar. O maior atraso não foi por causa da pandemia foi por causa do Tribunal de Contas. É evidente que a pandemia está a causar alguns constrangimentos em obras. Nós sabemos que, os nossos fornecedores muitas vezes até tem mão-de-obra, mas faltam, por exemplo, materiais", explicou.
Acresce que, tal como aconteceu em outras frentes de obra na cidade, o aparecimento de trabalhadores infetados pode levar à paragem dos trabalhos, algo que é não possível prever ao dia de hoje.
"Este é o momento do investimento público. Este é o momento em que as câmaras municipais e o Estado devem aquecer a economia. Nós felizmente temos capacidade de endividamento para isso, vamos continuar, mas falar de prazos hoje é muito mais difícil que era há um ano", defendeu, acrescentando que no orçamento municipal do próximo ano vai apostar muito no investimento público.
Em abril, o Tribunal de Contas (TdC) deu luz verde ao projeto do antigo Matadouro Industrial de Campanhã, no Porto, que aguardava há mais de um ano a decisão sobre o recurso apresentado em fevereiro de 2019.
O projeto do antigo Matadouro Industrial de Campanhã, recebeu luz verde do Tribunal de Contas em abril, mais de um ano a decisão sobre o recurso apresentado em fevereiro de 2019 pelo município do Porto.
O visto ao contrato de empreitada para a reconversão e exploração do Matadouro durante 30 anos e por 40 milhões de euros, que a empresa municipal Go Porto queria celebrar com a Mota-Engil, foi recusado, pelo TdC, no dia 04 fevereiro de 2019, que apontou várias ilegalidades.
Em fevereiro, à margem de uma visita ao estaleiro das obras do Terminal Intermodal de Campanhã, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, acusava o TdC de fazer um "veto de gaveta" ao projeto, instando aquele tribunal a tomar uma decisão para que a autarquia pudesse avançar com outra solução.
No antigo Matadouro Industrial, desativado há 20 anos, vai nascer uma área para a instalação de empresas, galerias de arte, museus, auditórios e espaços para acolher projetos de coesão social.
No projeto do arquiteto japonês, Kengo Kuma, em parceria com os portugueses, da Ooda, um dos elementos-chave é a rua pedonal coberta, que atravessa o espaço de ponta à ponta, ligando ao jardim suspenso sobre a Via de Cintura Interna (VCI) que dará acesso à estação de metro do Estádio do Dragão.
Outro dos elementos-chave é a rua pedonal coberta, que atravessa o espaço de ponta à ponta, ligando ao jardim suspenso sobre a VCI que dará acesso à estação de metro do Estádio do Dragão.
A Mota-Engil fica obrigada a cumprir o programa delineado pela autarquia, nos próximos 30 anos, sendo que no final desse período, o equipamento regressa à esfera municipal.
À autarquia, que ocupará uma parte do antigo Matadouro, cabe a realização de projetos de dinamização cultural, de envolvimento da comunidade e afetos à coesão social.