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Lucros da Teixeira Duarte caem 76% no primeiro trimestre
A construtora liderada por Pedro Teixeira Duarte registou uma quebra de 75,8% do seu resultado líquido nos primeiros três meses deste ano. Os proveitos operacionais diminuíram em 9,7%.
A Teixeira Duarte reportou lucros (o resultado líquido atribuível a detentores de capital) de 1,93 milhões de euros entre janeiro e março, uma descida de 75,8% face aos 8,02 milhões do período homólogo do ano passado.
Já o volume de negócios ascendeu a 195,3 milhões de euros, contra 210,3 milhões um ano antes, refere o grupo no relatório e contas divulgado na madrugada de sábado, 30 de maio, junto da CMVM.
Os proveitos operacionais foram de 213,10 milhões de euros, menos 9,7% do que os 235,90 milhões registados no primeiro trimestre de 2019.
"Num período já marcado pela situação de pandemia covid-19, os proveitos operacionais registaram um decréscimo de 9,7% face ao período homólogo (…). A este propósito, destacam-se os bons desempenhos dos setores das concessões e serviços e imobiliária que, ainda assim, não compensaram a quebra dos restantes setores de atividade", sublinha o documento das contas.
Em Portugal, o grupo teve um aumento global de 25,7% dos proveitos operacionais, com crescimentos nos setores da construção, concessões e serviços e da imobiliária e quebra na hotelaria. Contudo, nos mercados externos registou-se uma diminuição global de 22,2%, "essencialmente por força da desvalorização do kwanza angolano e do real brasileiro – que não permitiram o relevo em euros dos crescimentos alcançados em alguns setores nesses mercados – e ainda pela difícil conjuntura económica na Argélia", sublinha o relatório.
A construtora liderada por Pedro Teixeira Duarte (na foto) refere também que a dívida financeira líquida registou um aumento de 13,54 milhões de euros desde o final de 2019, tendo-se fixado em 731,58 milhões de euros. Em contrapartida, os empréstimos tiveram uma redução de 12,82 milhões de euros.
Os resultados financeiros do grupo foram negativos em 1,9 milhões de euros, quando no primeiro trimestre de 2019 tinham sido negativos em 11,12 milhões. "Esta melhoria deveu-se essencialmente à capacidade que entidades do grupo em Angola tiveram para reduzir saldos devedores em divisas", frisa.
Por sua vez, o EBITDA do grupo recuou 41,5% em comparação com o mesmo trimestre de 2019, ao fixar-se em 22,75 milhões de euros.
O número médio de trabalhadores a 31 de março de 2020 era de 9.743, um decréscimo de 14,5% face a 31 de dezembro de 2019.
No que diz respeito às perspetivas do grupo, a Teixeira Duarte "prevê a continuidade das operações nos diferentes setores e mercados em que tem vindo a operar, ainda que com uma redução em relação ao exercício de 2019".
Essa redução, sublinha, resultará dos impactos da atual situação de pandemia mundial da covid-19 e do facto de as desvalorizações do kwanza e do real diminuírem a relevância em euros dos proveitos operacionais da atividade desenvolvida nesses mercados.
Por isso, a empresa prevê atingir, globalmente, proveitos operacionais de 850 milhões de euros em 2020, contra 1,04 mil milhões no ano passado.
Em 2019, a Teixeira Duarte reportou lucros de 14,41 milhões de euros, um aumento de 29,5% face aos 11,12 milhões de 2018.