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Sonae acumula prejuízos na Worten em Espanha e põe 590 trabalhadores em lay-off

A marca de retalho electrónico, que tem os seus 3.639 trabalhadores em Portugal no ativo, completa um mês de encerramento das suas lojas em Espanha continental, o que agrava a situação financeira da Worten España, onde a Sonae acumula prejuízos de centenas de milhões de euros.

"Em Espanha, temos 36 lojas fechadas e 590 trabalhadores em lay-off", confirmou fonte oficial da Worten, marca do grupo liderado por Cláudia Azevedo. Paulo Duarte
20 de Abril de 2020 às 13:37
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Pouco mais de um mês após o mercado ter ficado a saber que a Worten em Espanha acumulou 343 milhões de euros de prejuízos até 2018, tendência que continuou no ano passado, a covid-19 determinou o encerramento das suas lojas físicas no território continental do país vizinho, o que aconteceu a 20 de março.

 

Para mitigar o impacto da pandemia no seu negócio, a filial espanhola da Worten avançou para o ERTE (Expediente de Regulação Temporal de Emprego), o equiparável em Portugal ao regime de lay-off.

 

"Em Espanha, temos 36 lojas fechadas e 590 trabalhadores em lay-off", confirmou ao Negócios fonte oficial da Worten, sem detalhar a situação da filial espanhola da marca de retalho eletrónico do grupo Sonae.

 

A 7 de fevereiro passado, o grupo liderado por Cláudia Azevedo garantia ao Negócios que "a Worten continua comprometida com a sua operação em Espanha e continuará a desenvolver a sua estratégia e a honrar todos os seus compromissos, beneficiando do apoio e solidez de um acionista de referência que é a Sonae".

 

Entretanto, desde janeiro do ano passado, procedeu, em Espanha, ao "encerramento de 14 lojas físicas sem viabilidade económica no contexto competitivo actual", o que aconteceu "no âmbito da "implementação de um plano de revitalização das suas operações em Espanha continental, com o objetivo de melhorar a sua rentabilidade".

 

Estas declarações surgiram após a publicação da notícia do jornal espanhol Cinco Días a dar conta de um relatório da PwC em que a auditora alerta que a filial espanhola da marca da Sonae registou perdas de 26 milhões de euros em 2018, mais 23% do que no ano anterior, que soma aos "mais de 320 milhões de euros de perdas de anos anteriores".

 

Perdas acumuladas desde que adquiriu, em 2008, a antiga Boulanger, e que não conseguiu inverter no ano passado. De acordo com o mesmo relatório da PwC, os prejuízos "acumulados até ao primeiro semestre" do exercício de 2019 "reduziram o património para um valor inferior a metade do capital social".

 

Uma situação que, lembra auditor, coloca a empresa em risco de dissolução, apontando para a existência de uma "incerteza material" e "para dúvidas significativas" sobre a capacidade da empresa para continuar a operação.

 

O plano de negócios da Worten espanhola sinaliza o objetivo de atingir resultados operacionais positivos antes de impostos até 2021.

 

Estado de emergência em Portugal com Worten de "primeira necessidade"

 

Já em Portugal, a Worten mantém a suas lojas em funcionamento, pois a atividade da rede de retalho eletrónico da Sonae foi considerada essencial na situação de estado de emergência do país, que é corporizada pela necessidade de "assegurar bens de primeira necessidade", nomeadamente eletrodomésticos e produtos de informática.

 

"Em Portugal, mantemos as lojas abertas, sendo que, nos casos em que existe uma loja Worten e uma loja Worten Mobile no mesmo centro comercial, concentrámos o serviço de atendimento direto ao público na loja maior (a loja Worten)", adiantou fonte oficial da Worten ao Negócios.

 

"Todos os 3.639 colaboradores Worten [em Portugal] se encontram no ativo - salvo os que escolheram optar por licenças de apoio à família ou equivalente - e os que não estão agora a fazer atendimento direto ao público, estão a operacionalizar os novos serviços criados para fazer face a necessidades que emergiram na sequência do estado de emergência", explicou a mesma responsável da marca.

 

Neste último caso, detalhou, estão "as entregas gratuitas online, o serviço de ‘drive thru’ nas lojas (encomendar por telefone, pagar e recolher no parque de estacionamento da loja, sem sair do carro) e os serviços técnicos de reparação, configuração e instalação à distância".

 

A Worten fechou o ano de 2019 com um volume de negócios de 1,1 mil milhões de euros, o que traduz um ligeiro crescimento (0,2%) considerado a mesma base de lojas.

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