Jose Luis Martinez de Larramendi, director-geral da Península Ibérica da retalhista irlandesa Primark, esteve esta quarta-feira, na inauguração da maior loja da região e falou com o Negócios.

A nova unidade ocupa 5.000 metros quadrados, 4.350 m2 dos quais de área de venda. Com os 300 empregos criados para a unidade aberta agora no centro comercial Colombo, são agora 1.513 as pessoas que trabalham directamente para a cadeia de sete lojas.

Quando é que decidiram abrir esta loja no Colombo?

O Colombo é um grande centro comercial, um dos melhores de Portugal. Abrir aqui foi um velho projecto que por fim, hoje, se tornou realidade.

Porquê investir agora em Portugal, um país que está sob resgate e em recessão do consumo não alimentar, com as vendas de vestuário a cair a dois dígitos anualmente?

A Primark continua a sua expansão em Portugal. Esta é a loja número sete que temos aqui. Portugal é um grande país, com a grande Lisboa, grande Porto e outras importantes cidades. Abrimos a primeira loja no ano 2009, noutro ciclo económico. Agora em 2013 consideramos que o negócio está a funcionar fantasticamente bem aqui em Portugal. O negócio da Primark funciona bem para todo o ciclo económico. Com esta relação moda, melhor preço do mercado, e boa qualidade.

Para quando esperam o retorno do investimento nesta loja? [o grupo não divulga o valor investido]

Esperamos muito em breve, visto os milhares de pessoas que estavam aqui [na loja Colombo] a aguardar. Este é um grande investimento, de vários milhões de euros, já que a loja é muito grande, tem mais de 4.000 metros quadrados. Esperamos, com o apoio do público de Lisboa e do Colombo, ter um grande sucesso e ter o retorno do investimento quanto mais cedo melhor para continuar a investir em Portugal. É importante assinalar que 300 colaboradores directos começam a trabalhar hoje aqui.

Em 2014 é possível haver uma loja Primark em Portugal?

Projecto a projecto, necessitamos de grandes espaços de mais de 3.000 metros para poder pôr uma tenda da Primark. Isso nem sempre é fácil encontrar grandes espaços em bons lugares, mas estamos a trabalhar e o que nos interessa é falar dos projectos quando são uma realidade. Há sempre rumores sobre a Primark, mas gostamos da falar quando o projecto é uma realidade e quando já temos todas as autorizações, todas as licenças. Mas esperemos que em breve possamos dar novas notícias ao mercado.

Durante todo o processo de desenvolvimento do investimento em Portugal tiveram algum tipo de restrições ou encontraram dificuldades, ao nível de licenciamento ou de burocracia?

Tivemos todas as facilidades para nos instalarmos, toda a colaboração de parte do centro comercial do Colombo. Esta foi uma grande obra e uma obra complicada para podermos instalarmo-nos aqui. Estamos encantados pelo investimento e pela criação de postos de trabalho que é muito bom para Lisboa e para esta área de Benfica.

Não divulgam os valores de vendas por país, mas é possível saber em que lugar Portugal está no vosso ranking de vendas?

Portugal está a ter um crescimento fantástico para a Primark. Estamos muito contentes com o desenvolvimento de todo o negócio em Portugal e de cada uma das seis lojas que temos até agora. É esse desenvolvimento que nos anima a continuar a investir em Portugal e continuar a avançar no processo de expansão.

Isso quer dizer que Portugal ainda tem muito para crescer para a Primark?

Pensamos que si. Temos sete lojas, Portugal é grande, o consumidor está a apreciar muito e estamos a ver também que estamos a conseguir novos clientes a cada dia, além de que os clientes que temos têm uma frequência de visita muito grande e esperemos que assim continue.