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Político polaco defende boicote à Tesco. Jerónimo Martins poderá beneficiar
Jan Bury sugeriu aos polacos que boicotem a retalhista britânica Tesco, após as declarações do primeiro-ministro do Reino Unido. Na Polónia, a Tesco é a principal concorrente da Jerónimo Martins, por isso, caso os polacos “façam a vontade” a Bury, a retalhista nacional pode captar mais quota de mercado.
O ambiente entre a Polónia e o Reino Unido já foi mais descontraído. No início desta semana, de acordo com a imprensa britânica, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, mostrou-se preocupado com a possibilidade de milhares de polacos, que vivem no Reino Unido, estarem a solicitar pedidos de abono de família para os seus filhos que vivem na Polónia. As autoridade polacas não gostaram e Cameron já ligou ao seu homólogo, Donald Tusk, para tentar acalmar os ânimos. Os dois políticos concordaram, entretanto, em combater este tipo de situações.
Todavia, ontem, dia 8 de Janeiro, um político polaco defendeu que os cidadãos devem boicotar a retalhista britânica Tesco, como forma de protesto face às declarações de Cameron. “Como polacos podemos dizer ‘não’ ao primeiro-ministro britânico e às suas políticas. Apelamos aos polacos para boicotarem a retalhista britânica Tesco”, afirmou Jan Bury, líder da jovem coligação partidária PSL, citado pelo “The Guardian”.
Casos os polacos “façam a vontade” a Bury, a Jerónimo Martins poderá vir a beneficiar. Isto porque a retalhista britânica é a principal concorrente da Biedronka, a subsidiária da Jerónimo Martins no mercado polaco, pelo que uma “transferência” de clientes de uma empresa para a outra poderá fazer com que a portuguesa ganhe mais quota de mercado. A empresa portuguesa pretende atingir as 3.000 lojas em 2015 na Polónia.
Jan Bury não foi o único político a manifestar o seu descontentamento face às declarações do governante britânico. Nos últimos dias, o ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, Radek Sikorski, afirmou publicamente que os imigrantes polacos no Reino Unido contribuíram o dobro dos britânicos para o Estado.
Em declarações à Reuters, sobre esta questão, a Tesco sublinhou que trata de negócios e não de política.