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Lucros da Sonae melhoram 84,8% no semestre
“Holding” de distribuição, telecomunicações, centros comerciais e viagens da Sonae consolidou vendas de 2,3 mil milhões até Junho. Lucros quase duplicaram.
A Sonae SGPS, "holding" onde o grupo consolida actividades de distribuição, telecomunicações, media e TI, gestão de centros comerciais e agências de viagens registou resultado líquido, após interesses minoritários, de 97 milhões de euros no primeiro semestre do ano. Representa, segundo os dados que a empresa comunicou esta quarta-feira, 19 de Agosto, um crescimento de 84,8% face a igual período do ano passado.
No mesmo período, o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu, na mesma comparação homóloga, 11,1%, para 191 milhões de euros. O EBIT progrediu 21,3%, para 103 milhões de euros. Entre Janeiro e Junho de 2015, a SGPS consolidou um volume de negócios de 2.329 milhões de euros, melhor em 1% do que o obtido um ano antes.
A área de retalho alimentar – onde o grupo actua através Sonae MC, com as insígnias Continente, Modelo, Bom Dia, a parceria Meu Super, mas também consolida a Well’s, Bom Bocado e Note! – perfez 70,11% do volume facturado, ou seja, 1.633 milhões de euros.
As vendas com cartão representaram, "no primeiro semestre de 2015, mais de 90% das vendas totais". O canal online cresceu 11% em termos homólogos, face ao primeiro semestre de 2014, adiantou a empresa em comunicado, sem contudo contabilizar valor de vendas.
O grupo divulgara já os resultados da área de gestão de centros comerciais, onde actua através da Sonae Sierra, e das TI, media (Público) e telecomunicações, onde detém a operadora Nos.
Na área de retalho não alimentar, onde a Sonae SGPS actua com a Sonae SR, o volume de negócios foi equivalente a 24,9% do total consolidado no período em análise, ou 582 milhões de euros. Cresceu 0,4% em termos gerais, 5,1% na vertente internacional, e 4,4% nas vendas de todo o segmento por metro quadrado. Fonte oficial destaca sobretudo o crescimento da Worten, também em Espanha, com "a electrónica [de consumo] a correr muito bem".
"Mal" correu o desempenho da primeira colecção de vestuário de 2015 para as cadeias Mo e Zippy, explica fonte oficial, reforçando a ideia transmitida no comunicado. Em nota sobre os resultados, a gestão da Sonae escreve que Worten e Sportzone representaram uma "melhoria significativa" das vendas para a Sonae SR no mercado espanhol, "em contraste com a performance da área de moda, que não atingiu os objectivos esperados para a colecção Primavera/Verão".
Na Sonae IM, onde estão concentrados os activos de tecnologias de informação (TI) da Sonae, mas também a cadeia de bricolage Maxmat (em parceria com os irlandeses da CRH), o grupo realizou um volume de negócios de 124 milhões de euros até ao final de Junho de 2015, mais 4% do que um ano antes. A Maxmat registou um crescimento de "4% das vendas numa base comparável, não obstante o ambiente competitivo", é acrescentado.
Entre Janeiro e Junho deste ano, o grupo (via Sonae MC, Sonae SR e Sonae RP) investiu 109 milhões de euros, mais 48,6% do que 12 meses antes, apostando, segundo o grupo, "na expansão das suas insígnias, bem como na implementação dos novos formatos e no desenvolvimento da actividade internacional".
No final do primeiro semestre deste ano, a Sonae SGPS (actualmente liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério, ambos CEO da holding) detinha uma dívida líquida de 1.413 milhões de euros, uma redução de 75 milhões face ao final dos primeiros seis meses de 2014.
"A Sonae possui já asseguradas todas as necessidades de refinanciamento previstas para 2015 e 2016", acrescenta a gestão no mesmo comunicado, depois de, já em Junho último, ter realizado uma "emissão de um empréstimo obrigacionista no montante de 100 milhões de euros, com uma maturidade de sete anos". A "taxa de juro média das linhas de crédito" em utilização pelo grupo situavam-se, no final de Junho, em 2,8%, adianta.