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Ikea lança plataforma para venda de produtos em segunda mão em Portugal

Portugal figura como o terceiro mercado a pôr em marcha a Ikea Preowned. Cadeia de mobiliário sueca não faz de intermediário entre vendedores e compradores, mas em última instância, como atesta a experiência na Noruega e em Espanha, ganha clientes.

Sérgio Lemos
02 de Abril de 2025 às 17:38
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Depois da estreia na Noruega e em Espanha, a Ikea Preowned, a plataforma de compra e venda de artigos usados da cadeia de mobiliário sueca, chegou a Portugal, figurando como "um novo negócio dentro do negócio", mas também como resultado do que a retalhista diz ser a sua "responsabilidade" enquanto marca ao nível da economia circular.

O "marketplace", apresentado esta quarta-feira aos jornalistas, liga os clientes diretamente uns aos outros, sem a Ikea como intermediário. Todos os artigos da marca sueca podem ser postos à venda à exceção de eletrodomésticos, colchões e produtos alimentares.

Para vender um artigo Ikea em segunda mão basta tirar-lhe uma fotografia que o sistema, alimentado por inteligência artificial, encarrega-se de reconhecer para depois disponibilizar informações úteis como as medidas, o tipo de materiais ou o preço original.

Encontrado comprador e acertada a entrega - um filtro permite ver a que distância fica o artigo em causa - é efetuado o pagamento através de transferência bancária. O valor fica cativo até que o comprador dê o "ok" de como o produto lhe foi entregue nas condições anunciadas - durante o processo há um formulário simples para indicar nomeadamente se o produto tem danos. Mas há outra opção: o vendedor pode antes escolher receber o valor no cartão reembolso Ikea, com validade de um ano, ganhando com isso 15% extra para compras na retalhista.

"É um novo modelo de negócio, com um potencial incrível", afirmou Maria João Franco, Digital Portfolio & Deployment Leader da Ikea Portugal, dado que "60% das pessoas já compraram ou venderam artigos em segunda mão" e que, segundo uma pesquisa interna do grupo Ingka, "10% do mobiliário vendido nas plataformas de artigos usados é Ikea".

Portugal figura como o terceiro mercado a pôr em marcha a Ikea Preowned, que ainda funciona como "piloto", mas o primeiro onde entra logo "por completo", isto porque a plataforma começou a ser testada em Oslo e, em seguida, em Madrid e só depois expandiu, respetivamente, à Noruega e a Espanha, em 2024. "Foi totalmente inovador pormos as fichas todas, já que nos outros foi gradual", realçou.

"Portugal é um bom local para testar pilotos", complementou Mercedes Gutiérrez, New Business Platform Category Manager do grupo Ingka, que está à frente do novo projeto.

Mas o que ganha a Ikea? Clientes. Segundo Mercedes Gutiérrez, na Noruega e em Espanha, se, por um lado, 53,4% optaram por receber o pagamento das vendas no cartão reembolso, por outro, 25,6% juntaram-se ao Ikea Family pela primeira vez. "Estamos a chegar a novos clientes", sublinhou, indicando que a estratégia passa por testar um pouco mais antes de escalar nos próximos dois anos na Europa e depois mais além.

Para poder ter "um mínimo de material" no arranque daquela que "é quase uma loja dentro de uma loja" o lançamento em Portugal foi primeiro para os próprios trabalhadores, há duas semanas, ficando acessível a toda a gente na segunda-feira. Em dois dias, a montra contava 167 artigos, a esmagadora maioria posta por colaboradores, contando 9.100 utilizadores.

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