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Grupo Dia diz-se “muito tranquilo” perante queixas de “dumping”

Nas últimas semanas, foram vários os franquiados a queixarem-se de que o grupo retalhista estava a impor-lhes preços abaixo do custo. A empresa desmente, apontando a crise e a má gestão como eventuais motivos para os encerramentos.

26 de Janeiro de 2015 às 13:25
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"Muito tranquilo". É assim que se sente o grupo Dia perante as recentes polémicas com a sua rede de franquiados no país.

Nas últimas semanas, chegaram aos órgãos de comunicação social portugueses vários casos de franquiados que diziam estar submetidos a alegadas práticas de "dumping" [vendas abaixo do preço de custo].

 

Em declarações ao Negócios, a Associação dos Franquiados e Ex-Franquiados do Minipreço (AFEDA) adianta que são já 1.500 os empresários do Minipreço a declarar falência. O número é obtido através de falências "sucessivas" nas mesmas lojas, explica o representante Paulo Jaloto.

 

"Isto é um problema social", reforça, falando em casos de franquiados que não avançam para tribunal por lhes faltar poder económico para tal. "Ainda há meia dúzia deles que não tem medo do grupo", diz. O líder da AFEDA fala ainda em ameaças de contractos de rescisão por parte da retalhista aos seus franquiados.

 

Do outro lado, a posição é diferente. "A rede de franquias está estável e vai continuar a crescer", afirmou Nieves Alvarez durante um encontro com jornalistas esta segunda-feira, 26 de Janeiro.

 

A responsável de comunicação do Dia esclareceu que o grupo retalhista espanhol "não tem problemas de carácter legal" no que respeita a práticas de "dumping". Por isso mesmo, a empresa não teme que lhe sejam aplicadas coimas.

 

Questionada sobre a política de promoções do grupo Dia, Nieves Alvarez assegura que as mesmas "cumprem a legislação corrente". "Ninguém vende para perder. A mim não me interessa que as franquias fechem", reforçou.

 

Sendo a franquia "um negócio pequeno" surgem dois motivos para justificar o seu fecho: "podem estar a sofrer as consequências da crise ou estar a ser mal geridas". Ainda assim, a responsável mostra-se cautelosa, optando por não generalizar a má gestão como motivo para os encerramentos.

 

Perante as polémicas, não houve um aumento do número de inspecções às lojas do grupo. As únicas acções a esse nível resultam das exigências da empresa estar cotada em bolsa desde 2011.

 

Em Portugal, o grupo retalhista apresentava 354 lojas próprias e 291 franquias em Setembro de 2014. A marca própria representa cerca de metade do seu volume de vendas. A empresa diz-se disponível para continuar a investir ao longo do próximo ano, podendo o canal digital ser uma das apostas. Apesar do reforço de alguns rivais no comércio de proximidade, "não nos sentimos pressionados", garantiu Alvarez.

 

A contestação também se faz sentir em outros países onde o retalhista está presente, com um total de três mil franquiados. "Se há [contestação] em todos os países, o importante é se é representativo", considerou. Para já, "não sentimos que é um problema".

 

Depois de encerrar a operação em França, não há planos para entrar ou sair em novos países. A vontade é de consolidar os mercados já existentes. A dar-se uma introdução num novo mercado, seria "através de terceiros".

 

O balanço de vendas de 2014 bem como o plano de expansão da cadeia só serão revelados aquando da apresentação de resultados, marcada para o próximo dia 23 de Fevereiro.

 

(Notícia actualizada às 16:34 com declarações de Paulo Jaloto, da AFEDA, ao Negócios)

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