Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Greve na distribuição. Sindicato espera boa adesão, APED afasta constrangimentos

Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição não antecipa impacto nem no abastecimento nem na operação nas lojas devido à greve convocada para 24 e 31 de dezembro, um par de dias descrito como "inédito" face ao historial dos últimos anos.

23 de Dezembro de 2024 às 15:31
  • ...

Os trabalhadores da grande distribuição vão entrar em greve a 24 e 31 de dezembro, reivindicando, entre outros, "aumentos salariais justos" e condições para "a conciliação da vida familiar com a profissional". O Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SITESE, afeto à UGT) espera "uma boa adesão", mas a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) mostra-se tranquila relativamente ao impacto.

O SITESE apresentou um pré-aviso de greve à prestação de trabalho para os trabalhadores dos setores do Comércio, Escritórios e Serviços, nomeadamente nas empresas filiadas na Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), com início às 00:00 horas e termo às 24:00 horas, nos dias 24 e 31 de dezembro de 2024.

A paralisação é convocada "pelo trabalho digno", "pelo aumento dos salários", pela defesa dos direitos dos trabalhadores", assim como "pela conciliação da vida familiar com a profissional". "Lutamos por aumentos salariais justos, que reconheçam o esforço e dedicação, a conciliação entre a vida familiar e profissional, um direito essencial para a qualidade de vida dos trabalhadores", afirma a direção do sindicato.

Carlos Pereira, vice-coordenador do Conselho Geral do SITESE, diz que há expectativa de"uma boa adesão" por parte dos trabalhadores, mas do lado da APED espera-se pouco impacto. "Não estamos à espera de nenhum constrangimento: nem no abastecimento nem na operação nas lojas, à semelhança de outros anos", afirma Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, que representa 220 empresas, das quais 60 do retalho alimentar, também em declarações ao Negócios.

Todos os anos, por esta altura, os sindicatos convocam greves, mas ambas as partes - laboral e patronal - concedem que a dupla de dias escolhida - 24 e 31 - é "inédita" olhando ao historial recente. Já incomum é o facto de um sindicato se juntar à iniciativa do outro na paralisação. Foi, de resto, o que aconteceu agora. O SITESE anunciou o pré-aviso de greve na passada semana para os dias 24 e 31 e esta segunda-feira o CESP (Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, afeto à CGTP) emitiu uma nota a dar conta de que convocaram uma greve para a véspera de Natal, com ações por todo o país, incluindo uma conferência de imprensa, desde logo pela negociação do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT).

"As empresas de distribuição, responsáveis por 12,4% do PIB nacional, empregam mais de 140 mil trabalhadores com salários mínimos, horários desregulados e ritmos de trabalho extremamente intensos. Nos últimos anos têm apresentado ao sindicato representativo dos seus trabalhadores, o CESP, propostas de actualização do CCT inaceitáveis — não aceitamos acordos que contenham salários mínimos, bancos de horas, nem a generalização da precariedade por via dos contratos a prazo no setor", diz a estrutura sindical.

A greve acontece quando decorrem as negociações para o CCT para 2025, razão pela qual o diretor-geral da APED afirma também terem ficado, de certo modo, "espantados", embora deixando claro que o exercício desse direito "em nada altera", estando a APED a analisar a proposta em cima da mesa. Carlos Pereira confirma que há uma reunião entre as partes marcada para 15 de janeiro, depois de as conversações terem sido encetadas no final de novembro/início de dezembro, mas ressalva que o rumo não tem sido o desejado: "Também é verdade que não correm tão céleres como gostaríamos e, depois, assistimos, e tem sido prática há um par de anos, diversas filiadas na APED a anunciar valores de entrada bastante acima da tabela. E a razão apontada pela APED para a tabela ficar abaixo a que há determinadas empresas que não podem cumprir, o que, para nós, não corresponde à verdade".

Ver comentários
Saber mais Economia negócios e finanças Economia (geral) empresas comércio retalho greve APED SITESE sindicato
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio