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Famel abre centro de prototipagem em Guimarães
Marca histórica de motociclos em Portugal, refundada pelo empresário Joel Sousa, foi recentemente relançada com capital da Magnify Capital Partners e do Banco de Fomento. Espera entregar as primeiras motos, 100% elétricas, no próximo ano.
A Famel, recentemente relançada, vai instalar o Centro Avançado de Desenvolvimento e Prototipagem em Guimarães, um passo que dá início ao que a histórica marca portuguesa de motociclos diz ser "uma nova fase de crescimento.
"Esta nova fase marca um momento crucial na história da Famel. Pretendemos continuar a honrar o legado da marca, mas com os olhos postos no futuro, através da inovação e sustentabilidade", diz o CEO, Joel Sousa, empresário que refundou a marca, citado num comunicado, enviado esta segunda-feira às redaçoes, pela dipe real estate, em que refere que a parceria com a imobiliária "foi fundamental para encontrar uma solução que alinhasse as ambições com as necessidades estratégicas do negócio". "Guimarães oferece-nos o ambiente perfeito para crescer e inovar", realça.
Na mesma nota, o CEO da dipe real estate, Diogo Baptista Antunes, afirma que "assessorar a operação que coloca uma empresa com o prestígio da Famel numa unidade tecnológica em Guimarães foi um processo desafiante".
A instalação em Guimarães acontece pouco depois de a Famel ter aberto uma ronda de financiamento para revitalizar a histórica marca e voltar à estrada com um modelo elétrico, inspirado na emblemática XF-17, que espera começar a entregar na primavera do próximo ano, que, em meados de setembro, contava com um "empurrão" de 2,45 milhões de euros.
Esse "empurrão" resulta de um investimento já garantido pelo Fundo Novus, gerido pela Magnify Capital Partners, em parceria com o Banco Português de Fomento (que detém 63%), e investidores privados.
A Famel reaparece com duas versões (Café Racer e Clássica), que "reavivam" os traços originais da icónica XF-17, renascendo alinhada com o atual contexto da crescente procura por soluções de mobilidade ecológica, segundo explicou, num evento com a imprensa, em setembro, o CEO e 're-founder' da Famel, Joel Sousa.
Na altura, o mesmo responsável explicou que a produção das motos estava pensada para Anadia, zona com ampla capacidade industrial instalada, conhecida desde logo por ser o maior produtor de bicicletas da Europa, onde indicou que a Famel tinha encontrado um parceiro com 25 anos de experiência. Além do facto de ser elétrica, Joel Sousa destacou o "esforço grande" que será feito para "80% dos componentes que incorpora sejam europeus e 50% feitos em Portugal", assim como a vertente de personalização e conetividade, com recurso a inteligência artificial.
Fundada em 1949, como uma fábrica de aros metálicos, em Águeda, a Famel começou a produzir em 1950.
Sensivelmente uma década depois, inicia uma parceria com a alemã Zundapp para o fornecimento de motores e, em 1975, é lançada a XF-17, que viria a tornar-se a motorizada mais vendida em Portugal, com a procura a perdurar até meados dos anos 1990. A entrada de Portugal na então Comunidade Económica Europeia, em 1986, aliada à concorrência de marcas internacionais, figuram entre os fatores que colocaram a empresa numa trajetória descendente levando-a a declarar falência em 2002.
Seria preciso esperar por 2014 para se voltar a ouvir falar da Famel com o anúncio de um projeto de revitalização da marca e desenvolvimento de um protótipo. Em 2022, a moto elétrica E-XF é apresentada e, este ano, arranca então para a etapa da fabricação dos dois modelos (a Clássica e a Café Racer).