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Estivadores ameaçam com greve… agora nos Estados Unidos

O sindicato norte-americano dos estivadores ameaça iniciar uma greve em toda a costa Este no próximo domingo às 12h, caso os empregadores não recuem no projecto de congelamento de prémios. A greve ameaça fechar vários portos dos Estados Unidos, para onde as empresas portuguesas exportam mais de 36 milhões de euros por semana.

Leixões não precisou das ordens da troika para "liberalizar" trabalho portuário
27 de Dezembro de 2012 às 12:39
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As greves dos estivadores em vários portos nacionais têm afectado a economia portuguesa, mas agora uma outra ameaça vem do lado de lá do Atlântico. Nos Estados Unidos da América a International Longshoremen Association (ILA) , plataforma que representa os estivadores norte-americanos, ameaça iniciar no próximo domingo uma greve nos portos da costa Este.

 

Em causa estão as revindicações de um universo de quase 14 mil estivadores. As cidades que poderão ser afectadas pela greve incluem Boston, Nova Iorque, Baltimore, Miami e Houston, num conjunto de portos que movimentaram no ano passado 110 milhões de toneladas, segundo escreve o "New York Times".

 

Estivadores e patrões não se entendem quanto à partilha de prémios em função da quantidade de carga movimentada. As negociações foram suspensas no passado dia 18 e recomeçaram esta semana, tendo a ILA avançado com o prazo de domingo para que as suas pretensões sejam atendidas.

 

A United States Maritime Alliance, que congrega várias empresas de transporte marítimo e de operação portuária, pretende congelar os pagamentos feitos aos estivadores em função das toneladas movimentadas, e eliminar esses prémios para novos contratos. A associação sindical dos estivadores norte-americanos não concorda.

 

Segundo o "New York Times", a associação empresarial diz que só no ano passado esses prémios renderam 15.500 dólares (11.742 euros) a cada trabalhador, custando 211 milhões de dólares (cerca de 160 milhões de euros) aos empregadores.

 

Citado pelo mesmo jornal, o vice-presidente da confederação de comércio National Retail Federation, Jonathan Gold, alerta para o impacto negativo desta greve na economia. "A última coisa de que a nação precisa neste momento é de uma greve que irá fechar os portos da Costa Este e da Costa do Golfo", comentou.

 

Só a administração portuária de Nova Iorque e Nova Jersey estima que a greve venha a custar 110 milhões de dólares (83 milhões de euros) por semana à economia local.

 

Mais de 2 mil empresas portuguesas exportam para os Estados Unidos

 

As consequências de uma eventual greve nos portos norte-americanos não se farão sentir só na economia local. As empresas portuguesas que exportam para os Estados Unidos poderão também vir a sentir dificuldades. E nessa situação estão mais de 2 mil empresas, segundo os dados compilados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep).

 

Em 2011 havia 2.158 empresas portuguesas a exportar para os Estados Unidos e 5.205 a importar daquele mercado.

 

Os Estados Unidos são actualmente um dos maiores clientes da indústria portuguesa. Nos primeiros nove meses deste ano Portugal exportou para as terras do “Tio Sam” mais de 1,4 mil milhões de euros, com um crescimento em termos homólogos de 35%.

 

Segundo os dados apresentados pela Aicep, as empresas portuguesas estão este ano a exportar para os Estados Unidos da América uma média de 36 milhões de euros por semana. No ano passado a lista de produtos mais exportados era liderada pelos combustíveis (a Galp Energia tem nos Estados Unidos um dos seus maiores clientes fora da Península Ibérica), máquinas e aparelhos, madeira e cortiça, têxteis, químicos e celulose.

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