A compra da rede de lojas do Minipreço pelo Auchan à espanhola DIA está dependente de alguns "remédios" impostos pela Autoridade da Concorrência (AdC), que passam pela venda pelo grupo francês de algumas lojas em zonas onde a concorrência seria distorcida. E a espanhola Covirán surge como um dos interessados nestes estabelecimentos, avança esta quinta-feira o jornal espanhol Expansión.

O compromisso do Auchan para a aprovação do regulador - que ocorreu em abril - prevê que o grupo francês tenha de abdicar de algumas franquiados, quer das detidas atualmente pelo Auchan quer das do Minipreço, em cinco zonas identificadas como levantando problemas de concorrência.

"O notificante [Auchan] compromete-se a garantir a intermediação do negócio, com vista à celebração de um contrato de franquia entre o atual franquiado DIA ou Auchan e uma insígnia concorrente, no limite, sem exigência de qualquer contrapartida financeira e, em qualquer circunstância, sem ter acesso a informação sensível relativamente aos detalhes das negociações ou dos contratos", indicou o grupo francês aquando da aprovação condicional da operação pela AdC.

Os acordos de alienação das franquias - do Auchan ou do Minipreço - que operam nas cinco zonas identificadas deverão ser celebrados com um operador que concorra com o grupo francês e que seja aprovado pela AdC. O prazo para este desinvestimento é de seis meses a contar da data de aprovação da aquisição da rede do Minipreço, podendo ser prolongados por até mais três meses, desde que estejam a decorrer negociações entre a franquia e a nova marca.

As cinco zonas identificadas - em que a quota de mercado (medida em metros quadrados de área de venda) supera os 40% - são Aguiar da Beira, Ansião (Avelar), Castelo Branco, Moimenta da Beira e Sabugal. 

A AdC realizou um teste de mercado, consultando os concorrentes do Auchan, e a Covirán não só indicou que considera os "remédios" apropriados como se mostra interessada, referindo "a disponibilidade para se apresentar como uma opção de insígnia para poder ser utilizada pelos operadores e lojas nos locais identificados".

Contactada pelo Expansión, fontes da Covirán - que é o segundo maior retalhista alimentar em Espanha em número de lojas - confirmaram que "certos pontos de venda" seriam "mais do que interessantes" e que se situam em locais "muito facilmente integráveis" nas rotas de transporte da empresa no nosso país. A Covirán contava no final do ano passado com 250 lojas em Portugal e três plataformas - em Sintra, Vila do Conde e Algoz, no Algarve.