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Apesar da pré-insolvência, Marypaz quer continuar expansão internacional

A marca, que vai reestruturar a operação e renegociar a dívida, diz ter condições para continuar o plano de implantação fora de Espanha. Em Portugal, controla directamente 24 localizações.

21 de Abril de 2016 às 16:01
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A cadeia de lojas de calçado Marypaz, que conta mais de 20 estabelecimentos em Portugal e esta semana pediu a pré-insolvência junto dos tribunais espanhóis, garante que o seu programa de expansão internacional é para continuar.


Num comunicado enviado pela empresa sediada em Sevilha depois de questionada pelo Negócios, a Marypaz refere que ao longo dos próximos quatro meses – o prazo concedido pela justiça para viabilizar a empresa com o acordo dos credores – o negócio será reestruturado e vão ser criadas "as bases para evitar que se repitam os problemas de liquidez e voltar a pensar na expansão da marca que continuará de acordo com o previsto".


A rede comercial diz contar com o apoio de 80% dos seus credores (no caso, três empresas espanholas que são os seus principais fornecedores) para a reestruturação profunda a que será submetida e para renegociar os prazos de pagamento de dívidas. Não está a ser ponderado nenhum perdão de dívida, assegura.


A empresa de comércio de calçado atribui ainda a uma "tensão pontual de liquidez" a situação que a levou a acorrer ao pré-concurso de credores, depois de um fabricante estrangeiro ter exigido à companhia o pagamento "imediato" de três milhões de euros.


"Trata-se, sem dúvida, de uma situação singular, já que a Marypaz tem uma dívida financeira muito reduzida (apenas sete milhões de euros em compromissos de longo prazo)", frisa no comunicado.

Em Portugal, a empresa de calçado entrou há cinco anos com a compra de uma rede de 45 lojas de uma empresa do sector têxtil, tendo depois reorganizado a operação no país. Actualmente, de acordo com o seu site, está presente em 24 localizações.


As lojas de Espanha, França e Portugal são controladas directamente pelo grupo a partir de Espanha, ao passo que a expansão fora da Europa tem sido feita via grandes grupos como a Alhokair na Arábia Saudita ou a Azadea nos Emirados Árabes Unidos.


Nestes dois países, onde  a marca tem sete lojas, mantém a previsão de abrir 65 estabelecimentos. No Egipto, onde há uma loja, passarão a ser 16. As presenças na Guatemala, Honduras e República Dominicana também não devem ser afectadas.


A firma tem actualmente uma rede de 280 lojas e facturou 117 milhões de euros em 2015. Foi fundada em Sevilha em 1972 por Angelo Aguaded. Em 1987 os seus três filhos assumiram a condução do negócio, que se mantém nas mãos da família desde a origem.

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