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Analistas: Estudo da Deco destaca desajuste da percepção dos preços do Minipreço

Os analistas do Haitong acreditam que o “compromisso da Sonae com a liderança de preços” baixos é para continuar. Já para o Dia, que detém o Minipreço, o cenário traçado é menos positivo.

Miguel Baltazar
30 de Outubro de 2017 às 13:11
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Para os analistas do Haitong, as conclusões do estudo da Deco sobre os supermercados com os preços mais baixos são positivas para a Sonae e para a Jerónimo Martins, que detêm o Continente e o Pingo Doce. Já para o Dia, que detém o Minipreço, o cenário é mais negativo.

De acordo com o estudo, o Continente e o Continente Modelo são as cadeias de supermercados mais baratas do país, destronando o Jumbo, que agora ocupa a terceira posição. Segue-se o Pingo Doce que subiu uma posição para o quarto lugar, tendo ultrapassado o Lidl.

No caso da Sonae, os analistas do banco de investimento destacam que "os resultados do estudo mostram o seu compromisso com a liderança de preços", que deverá continuar e "permitir um crescimento positivo de LfL [like-for-like, ou seja, crescimento das vendas nas lojas que operaram sob as mesmas condições] no médio prazo.

Quanto ao Pingo Doce, "pensamos que é positivo porque recuperou a liderança de preços face ao Lidl no segmento de proximidade. Na nossa opinião, isso poderia explicar a pequena deterioração da margem que vimos no terceiro trimestre para as operações domésticas da Jerónimo Martins", lê-se na mesma nota do Haitong.

As maiores preocupações levantadas pelos analistas dizem respeito ao Minipreço, detido em Portugal pelo Grupo Dia. "O estudo mostra que os preços do Dia são, em média, mais caros e, na nossa opinião, é um grande risco para o Dia", referem os analistas, relembrando que a pesquisa da Deco não tem em conta os descontos oferecidos através dos cartões de fidelidade, "que historicamente penalizaram o Dia versus os seus concorrentes".

"Com base na orientação da empresa, estimamos que historicamente os descontos nos cartões de fidelidade representaram 2% / 3% das vendas do Dia e, portanto, o hiato real para o Pingo Doce deve ser de cerca de 1% / 2%, enquanto que no caso dos preços da Lidl deve ser amplamente alinhado".

Por estes motivos, acreditam que "mais cedo ou mais tarde, essa lacuna entre a percepção e a realidade terá de acabar, quer porque os consumidores percebem que os preços são mais altos ou porque o Dia é forçado a reduzir os preços novamente, impactando a sua rentabilidade".

A nota da Haitong realça ainda que tanto o Pingo Doce como o Lidl "desfrutam de uma reputação muito forte" na qualidade dos produtos de marca própria e "têm uma experiência de compra muito melhor".

"Na nossa opinião, essas lacunas de preços não devem ser suficientes para que o Dia possa alcançar consistentemente Lfl positivas". "Na verdade", continuam, "achamos que este estudo destaca, mais uma vez, o desajuste entre a percepção de preços e os preços reais do Dia. Pensamos que, em geral, os consumidores percepcionam o Dia como um supermercado bastante barato devido ao investimento relativamente baixo ao nível da loja e ao nível inferior do serviço versus outros "players" como Pingo Doce e Lidl", conclui a mesma nota.

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