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AMRR: Metade das empresas do comércio e restauração com quebras acima de 50%

Metade das empresas de comércio e restauração reportam quedas de vendas superiores a 50% desde início da pandemia, 72% endividaram-se para cobrir prejuízos e 60% ponderam um plano de proteção de credores em 2021, revela um inquérito divulgado esta segunda-feira.

Muitas empresas puseram os trabalhadores em lay-off para não despedir. Mas o que acontecerá quando o lay-off acabar?
Pedro Catarino
09 de Novembro de 2020 às 13:00
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Efetuado pela Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR) entre 01 e 04 de novembro, para "avaliar a sustentabilidade do setor", o inquérito - ao qual responderam associados representativos de mais de 2.300 lojas - demonstra que 50% das empresas apresentam quedas de vendas superiores a 50% e 95% reportam descidas acima de 25% entre 15 de março e 31 de outubro.

O estudo evidencia ainda que "72% das empresas já tiveram necessidade de aumentar o endividamento bancário para fazer face aos prejuízos e socorrerem a dificuldades de tesouraria e 66% recorreram a fundos próprios ou dos acionistas".

Por outro lado, 60% das empresas "consideram como provável o recurso a um plano de proteção de credores em 2021".

No que respeita às medidas defendidas para permitir a viabilização das empresas, 75% dos inquiridos consideram que o regime das rendas variáveis aprovado na Lei do Orçamento Suplementar" é essencial para a sua salvação e para a proteção do emprego", desde que aplicado desde o confinamento e prolongado para 2021.

Relativamente às novas restrições decretadas no âmbito do estado de emergência, que hoje começa, o presidente da AMRR nota que o próprio Governo "reconhece que as medidas são péssimas para a restauração e para o comércio, em especial num período próximo do Natal, que é a salvação do ano para muitos".

"2020 está a ser catastrófico. Caso não sejam aprovadas medidas de justa repartição do sacrifício entre proprietários, arrendatários e Estado, são dezenas de milhares de empresas que vão à falência e centenas de milhares de empregos perdidos", alerta Miguel Pina Martins.

Salientando que "está nas mãos do Governo e da Assembleia da República assegurar a aplicação das rendas variáveis no ano 2021 e uma redução das rendas dos lojistas e dos restaurantes de rua", o dirigente associativo avisa que "só assim é possível, enquanto comunidade e setor, ultrapassar esta crise, repartindo sacrifícios".

Pina Martins defende ainda, "como medida imediata", uma flexibilização da lotação dos espaços comerciais, salientando que "os lojistas têm feito investimentos enormes para terem espaços seguros e não sentem que esse esforço esteja a ser reconhecido pelo Governo".

"A AMRR apela aos decisores políticos que tomem as medidas necessárias para que as empresas do comércio a retalho e da restauração possam sobreviver a esta crise, permitindo a proteção dos mais de 375 mil empregos que o setor gera e a recuperação económica do país", remata.

O Governo anunciou na madrugada de domingo o recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 no dias de semana, a partir de segunda-feira e até 23 de novembro, nos 121 municípios mais afetados pela pandemia, sendo que, ao fim de semana, o recolher obrigatório inicia-se a partir das 13:00 nos mesmos 121 concelhos.

"Temos a nítida noção de que o convívio social tem um contributo muito importante para a disseminação" do contágio e que a propagação se desenvolve no período pós laboral, afirmou António Costa no final da reunião do Conselho de Ministros extraordinário, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, para concretizar as medidas do estado de emergência que vai vigorar entre segunda-feira, dia 09, e 23 de novembro.

Portugal contabilizou no domingo mais 48 mortos relacionados com a covid-19 e 5.784 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o último boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Em Portugal, morreram 2.896 pessoas dos 179.324 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.



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