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Venda da fazenda do GES no Paraguai arranca com quatro meses de atraso

Já foi contratado o assessor financeiro para a alienação da Payco. Os potenciais interessados serão contactados a partir de quarta-feira. O Paraguai escapa aos arrestos de bens que ocorrem em Portugal, Brasil e Suíça.

30 de Janeiro de 2017 às 10:45
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Sem estar sob arresto, a fazenda que o antigo Grupo Espírito Santo tinha no Paraguai, conhecida como Payco, vai ser colocada à venda em Fevereiro. Já há um assessor financeiro e os potenciais interessados serão contactados a partir desta quarta-feira. Quatro meses depois do inicialmente previsto.

 

"O processo formal de alienação para atrair interessados, a ser conduzido pelo assessor independente Exan Capital Realty LLC, está a ser lançado. Espera-se que os contactos com os potenciais interessados se iniciem na primeira metade de Fevereiro", assinala uma nota colocada no site das insolvências das sociedades de topo do GES, que ocorrem no Luxemburgo.

 

A luxemburguesa Paraguay Agricultural Corporation é uma subsidiária da Rioforte, sociedade do grupo da família Espírito Santo, que detém 100% da empresa com o mesmo nome no Paraguai. A criação de gado bovino e a produção de soja e de algodão fazem parte das principais actividades da sociedade espalhadas por 11 regiões do país sul-americano.

 

O lançamento oficial da alienação é feito com quatro meses de atraso, já que a previsão inicial dos responsáveis pela insolvência da Rioforte apontava para a venda em Outubro.

 

No Paraguai, os activos do falido grupo não estão sob alvo de arresto e, no relatório sobre as contas de final de 2016, não há qualquer indicação de que as receitas com a operação tenham de ser entregues às autoridades portuguesas.

 

Essa entrega à justiça nacional dos proveitos de vendas de bens do GES ocorre em Portugal (com a Herdade da Comporta) e também no Brasil (a alienação da Cobrape foi suspensa até haver acordo em relação a este tema) e na Suíça. Não no Paraguai. 

 

Desde os anos 70 que o Grupo Espírito Santo estava no Paraguai, conta a imprensa regional (Ultima Hora e 5 Dias). Aliás, até ao arranque de 2013, sempre foi o accionista único dos projectos oriundos da sua incursão por este mercado sul-americano. Foi nesse ano que o grupo liderado por Ricardo Salgado (na área financeira) e por Manuel Fernando Espírito Santo (no ramo não financeiro) se uniu à subsidiária do banco alemão KfW, a DEG, que investiu 25 milhões de euros, e que assumiu uma posição minoritária. 

A venda dos activos da Rioforte é uma forma de obtenção de receitas pelos curadores de insolvência daquela sociedade do GES, de forma a conseguir entregar algum valor aos seus credores (de que a Pharol e o BES "mau" são exemplos). No final do ano passado, os bens depositados por esta sociedade serviam para pagar apenas 4% de todas as reclamações de crédito recebidas. 

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