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UGT rejeita despedimentos no Montepio afirmando que é atitude miserável

Carlos Silva disse que a UGT rejeita a possibilidade de haver despedimentos e rescisões por mútuo acordo em todas as empresas que receberam apoios do Estado, como é o caso do Montepio que "teve milhões de lucro no ano passado".

Carlos Silva, secretário-geral da UGT, diz que subir menos o salário mínimo “é austeridade”.
João Cortesão
23 de Setembro de 2020 às 18:47
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A União Geral de Trabalhadores (UGT) rejeitou hoje o eventual despedimento de 800 trabalhadores do Banco Montepio, o que considerou ser "uma atitude miserável", anunciando que os sindicatos dos bancários vão para a rua protestar.

"O Governo deve olhar para isto com olhos de ver e perceber se há ou não há aqui mão criminosa, que levou a uma gestão danosa e que agora as grandes vítimas são sempre os mesmos, são os trabalhadores. Nós não aceitamos", disse o secretário-geral da UGT, Carlos Silva (na foto). 

O sindicalista falava aos jornalistas após uma reunião do secretariado nacional sobre a política reivindicativa da UGT para 2021, que decorreu em Aveiro, onde foi aprovada uma moção a rejeitar os despedimentos no Montepio.

"Os sindicatos dos bancários vão para a rua defender os direitos dos trabalhadores, defender em frente ao Montepio ou onde quer que seja aquilo que é o direito ao emprego", afirmou o secretário-geral da UGT.

Carlos Silva disse ainda que a UGT rejeita a possibilidade de haver despedimentos e rescisões por mútuo acordo em todas as empresas que receberam apoios do Estado, como é o caso do Montepio que "teve milhões de lucro no ano passado".

"As mais de 100 mil empresas que tiveram apoios do Estado, a instituição Montepio que recebeu apoios do Estado, como receberam outros bancos, que têm delapidado o património dos contribuintes portugueses e que agora vêm despedir deve ser proibido", defendeu Carlos Silva.

O 'site' de notícias económicas Eco divulgou na terça-feira que o Montepio iria despedir 800 trabalhadores, depois de em junho passado a mutualista ter anunciado o encerramento de 31 agências bancárias no âmbito de uma estratégia que passa pelo reforço da prestação de serviços digitais.

O grupo Montepio teve lucros de 6,1 milhões de euros em 2019, mais do triplo dos 1,6 milhões de 2018, segundo as contas consolidadas divulgadas pela Associação Mutualista Montepio Geral, que incluem reservas do auditor PWC.

A mutualista - o topo do grupo Montepio - divulgou a informação sobre as contas consolidadas de 2019 nos documentos que acompanham a convocatória para a assembleia geral extraordinária marcada para 30 de setembro, mas que deverá ser realizada apenas em 15 de outubro, uma vez que não é provável que dia 30 estejam dois terços dos associados presentes.

No ano passado, a Associação Mutualista Montepio Geral teve lucros consolidados de seis milhões de euros, mais do triplo dos 1,6 milhões registados em 2018 (valor reexpresso).

Já em termos individuais, a mutualista tinha divulgado em junho que, em 2019, teve prejuízos de 408,8 milhões de euros (devido ao reforço de imparidades sobretudo para o banco Montepio, por imposição da auditora PWC).
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