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Sete momentos que marcaram os três anos de Paulo Macedo à frente da CGD

O mandato de Paulo Macedo à frente da Caixa Geral de Depósitos tem sido marcado pela recapitalização e reestruturação do banco estatal e ainda pelo regresso do banco aos lucros e aos dividendos. Mas também por várias polémicas, como foi o caso da auditoria da EY aos atos de gestão do banco e da comissão de inquérito a que esta deu origem. Veja o que marcou o mandato de Paulo Macedo no dia em que faz três anos que o gestor entrou na CGD.

01 de Fevereiro de 2020 às 14:00
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| A recapitalização da CGD

Paulo Macedo assumiu a liderança da Caixa Geral de Depósitos há três anos, substituindo António Domingues e a sua equipa. Os gestores encontraram prejuízos de 1.859,5 milhões de euros, que resultaram de um montante elevado de imparidades reconhecidas. Nas suas mãos ficou a responsabilidade de avançar com uma recapitalização e a implementação de um plano de reestruturação, desenhado pelo seu antecessor. O gestor já disse que a administração está focada em entregar, este ano, o plano totalmente cumprido, garantindo uma redução dos custos operacionais, uma melhoria da qualidade dos ativos, um reforço dos rácios de capital, mas também um aumento da rentabilidade da instituição financeira.

3,9
mil milhões
Paulo Macedo assumiu a liderança de um banco que estava a passar por uma recapitalização de 3,9 mil milhões de euros.



| Regresso aos lucros

Quando a equipa de Paulo Macedo chegou à liderança do banco estatal, em 2017, encontrou prejuízos avultados. Porém, nesse mesmo ano, conseguiu pôr as contas no verde. Começou por registar lucros de 52 milhões e, em 2018, estes passaram a ser de quase 500 milhões. Um valor que deverá agora aumentar quando forem apresentadas as contas de 2019 esta sexta-feira. Até setembro ascendiam a 640 milhões. De acordo com o Expresso, os lucros do banco estatal deverão ter chegado aos 800 milhões em 2019. Se assim for, este será o melhor resultado da Caixa Geral de Depósitos nos últimos 12 anos.


| Encerramento de balcões

O encerramento de balcões em todo o país, sobretudo nos centros urbanos, faz parte do plano de reestruturação do banco liderado por Paulo Macedo. Mas esta medida criou muita polémica – sobretudo em 2017 e em 2018 – junto dos partidos, da esquerda à direita, mas também das populações e autarquias. Críticas que levaram a administração da Caixa a definir uma "linha vermelha": manter um balcão em todos os concelhos onde a instituição financeira já se encontrava. De acordo com o plano definido com as autoridades europeias, o objetivo passa por ter entre 470 e 490 agências até ao final de 2020, além de determinar um quadro de pessoal abaixo dos 6.650 trabalhadores.

510
Agências
O banco tinha, até setembro de 2019, 510 agências. De acordo com o plano, terá ainda de fechar entre 20 e 40 balcões.



| A auditoria da EY

A polémica em torno da auditoria da EY a atos de gestão da Caixa Geral de Depósitos, entre 2000 e 2015, "explodiu" no início de 2019, depois de a ex-deputada Joana Amaral Dias ter revelado a versão preliminar num comentário televisivo. Nesta altura, já o Parlamento tinha pedido o documento à Caixa, mas o banco recusou entregar, invocando segredo de justiça. De acordo com a auditoria, foram concedidos créditos pelo banco sem que fossem cumpridas as regras internas. Em foco estavam sete operações ligadas a devedores como a Artlant, Joe Berardo (através da sua fundação e da Metalgest), Birchview e a QDL (ligadas ao projeto de Vale do Lobo), a Investfino e a Finpro.


| Comissão de inquérito parlamentar à CGD

A auditoria da EY aos atos de gestão da Caixa Geral de Depósitos, entre 2000 e 2015, acabou por ser o mote para uma nova comissão parlamentar de inquérito ao banco estatal. Esta iniciativa arrancou em março de 2019 e voltou a pôr a Caixa no centro da polémica. Pelo Parlamento passaram responsáveis da EY, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, mas também Vítor Constâncio, Carlos Santos Ferreira, Joe Berardo e João Costa Pinto, entre outros. Paulo Macedo afirmou, em julho do ano passado, que, com esta comissão, "a Caixa reduziu a reputação em mais de dez pontos em 100" e passou a "ter um índice reputacional inferior a outros bancos".

3
Meses
A comissão de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos durou cerca de três meses e foram realizadas 36 audições.



| Primeiros dividendos desde 2010

O mandato de Paulo Macedo foi marcado pelo regresso da Caixa Geral de Depósitos aos dividendos, o que não acontecia desde 2010. Em junho de 2019, o banco estatal entregou 200 milhões de euros ao Estado, com base nos resultados do ano anterior. E os pagamentos não vão ficar por aqui. Em novembro, Paulo Macedo recusou-se a avançar um valor concreto para os dividendos referentes a 2019 a serem pagos este ano. Ainda assim, o ex-ministro da Saúde afirmou que um pagamento superior a 250 milhões de euros é um cenário "plausível", dependendo dos resultados para o total do ano.


| Idoneidade em risco?

A possibilidade de a idoneidade de Paulo Macedo vir a ser reavaliada foi levantada em setembro de 2019. Conforme o Público avançou, à data, o Banco de Portugal encaminhou ao Banco Central Europeu (BCE) uma auditoria interna realizada pelo BCP, para que a entidade supervisora pudesse voltar a avaliar a idoneidade do presidente da Caixa Geral de Depósitos. O gestor era na altura responsável pelos recursos humanos do BCP e, de acordo com a auditoria, foi o responsável pela contratação alegadamente fictícia de um ex-assessor do então ministro Manuel Pinho. No final do ano passado, Macedo afirmou que a sua idoneidade "não está em avaliação". Até agora, não são conhecidos mais desenvolvimentos neste processo.

2008
Auditoria
Os factos na auditoria do BCP terão ocorrido entre 2008 e 2009, quando Macedo era vice-presidente executivo do banco.



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