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Trabalhadores do BPI: "Os espanhóis apostaram num banco português e na nossa opinião bem"

Na comemoração do primeiro aniversário desde a eleição de Pablo Forero, a comissão de trabalhadores lançou elogios à sua forma de trabalhar. O órgão representativo dos funcionários não vê, contudo, grandes mudanças. E pede um aumento salarial.

Correio da Manhã
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 26 de Abril de 2018 às 17:24

O início de funções de Pablo Forero, como presidente executivo do BPI, foi positivo e a sua gestão não tem causado mudanças abruptas que preocupem os funcionários. Esta é a opinião da comissão de trabalhadores, em resposta a questões colocadas pelo Negócios.

 

"Após a sua nomeação, o Dr. Pablo Forero pediu para reunir com a comissão de trabalhadores, numa atitude clara de diálogo, vista por nós como um gesto digno de quem começa e se apresenta, de quem, tem ao mais alto nível, tem o poder de gerir o banco", conta a comissão de trabalhadores, em respostas dadas esta quinta-feira, 26 de Abril.

 

A entrada de Forero ocorreu depois da oferta do CaixaBank sobre o BPI, que deu 84,5% do capital. "Os espanhóis apostaram num banco português e na nossa opinião bem", comenta a comissão que representa os 4.896 funcionários que estavam empregados no final de Março.

Sem mudanças substantivas

De qualquer forma, não tem havido motivos para preocupações. "Com a entrada em funções da equipa de Pablo Forero, por parte do Caixabank, não sentimos, para já, mudanças muito profundas".

"A estrutura base do Banco BPI após a entrada da administração do CaixaBank manteve-se inalterada em termos de pelouros ou seja, a substituição de alguns administradores do banco teve por base a continuidade da ideologia criada pela anterior administração", continua a estrutura, dizendo que "as linhas condutoras da política comercial e empresarial do actual banco assentam na mesma vertente que a anterior, não se notando por isso diferenças substanciais relativamente a esta questão". 

O órgão representativo dos trabalhadores do BPI acredita, ainda assim, que o maior accionista vai querer implementar estratégias a partir de Madrid, "no que refere à rede comercial e até aos serviços centrais com concentração de sinergias". "Tivemos conhecimento de grupos de trabalho nesse sentido, mas ainda aguardamos as conclusões dessas sinergias", concretiza.

 

Contudo, também é pedido à comissão executiva que não se fique pelo Acordo Colectivo de Trabalho ou ao Código de Trabalho e que vá mais longe em matérias laborais. "Esta comissão de trabalhadores apresentou à comissão executiva um conjunto de medidas de apoio aos trabalhadores, muitas já praticadas noutros bancos, mas ainda continuamos a aguardar devida resposta", lamenta o órgão.

 
Aumento salarial 

Um dos pontos defendidos pela comissão, evidenciado nas respostas ao Negócios, é o pedido para um "aumento salarial condigno" a inscrever na actual revisão do Acordo de Trabalho. Era uma forma de o BPI "minimizar" as expectativas criadas junto dos trabalhadores no quadro dos programas de saídas do ano passado.

 

"O banco atingiu o número de saídas que se propôs, sabendo nós que face ao histórico da banca a compensação monetária era superior ao normal e ao que o Código de Trabalho impõe [2,5 salários por ano trabalhado]. Com este cenário e no entender desta CT, o Banco criou uma expectativa aos trabalhadores, que para alguns não se veio a confirmar", concretiza a comissão de trabalhadores que diz querer dialogar com a gestão.

No âmbito das rescisões por mútuo acordo e reformas antecipado acordaram a saída 613 trabalhadores no ano passado. 

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